Adolescente reconhece autores de tortura em mercado de São Paulo

Adolescente reconhece autores de tortura em mercado de São Paulo

Seguranças suspeitos de agredirem rapaz com chicotadas estão presos preventivamente

Agência Brasil

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O adolescente torturado no Supermercado Ricoy, na zona sul de São Paulo, reconheceu nesta segunda-feira no 80º Distrito Policial de São Paulo, os dois seguranças que praticaram o crime contra ele. Ambos, já presos temporariamente, foram indiciados agora pelo crime de tortura.

O inquérito sobre o caso foi instaurado após imagens em que o rapaz, de 17 anos, aparece sendo chicoteado circularam pelas redes sociais. No vídeo, o adolescente está nu e amordaçado enquanto apanha e é ameaçado pelos agentes de segurança do estabelecimento.

Na última segunda-feira, ele prestou depoimento. Disse que não se lembrava do dia exato em que o fato ocorreu, apenas que foi no mês de agosto. O adolescente contou aos policiais que tinha pegado uma barra de chocolate da gôndola e tentado sair do supermercado sem pagar, mas foi abordado por dois seguranças, que o levaram para um quarto nos fundos.

No quarto, ele foi despido, amordaçado, amarrado e torturado com um chicote feito de fios elétricos trançados durante cerca de 40 minutos. O jovem disse que não registrou boletim de ocorrência porque temia por sua vida. No depoimento, ele revelou que um dos seguranças o ameaçou, dizendo que o mataria se contasse o caso a alguém.

A tortura é considerada crime hediondo e ocorre quando alguém é submetido, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental. A Lei 9.455, de 1997, prevê pena de dois a oito anos de prisão para quem cometer esse tipo de crime.

Procurado pela Agência Brasil, o supermercado informou que tem repugnância por esse tipo de atitude e que foi com “indignação” que tomou conhecimento dos fatos pela imprensa. A empresa informou que “não coaduna com nenhum tipo de ilegalidade” e que vai colaborar com as autoridades competentes para a apuração do caso.


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