Autores da execução de uma liderança de facção em 2018 são presos pela Polícia Civil

Autores da execução de uma liderança de facção em 2018 são presos pela Polícia Civil

Crime ocorreu após saída da vítima de uma boate no bairro Navegantes, resultando ainda em mais um óbito e quatro feridos

Correio do Povo

Ordens judiciais foram cumpridas em Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí

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Seis dos nove responsáveis por um duplo homicídio ocorrido em 2018 na frente de uma boate, em Porto Alegre, foram presos na manhã desta segunda-feira pela Polícia Civil. Uma das vítimas exercia liderança dentro de uma facção criminosa na época. A operação Conexão 2018 foi deflagrada em Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí pela 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), sob comando da delegada Roberta Bertoldo, e 1ª Delegacia de Roubos (1ª DR) do Departamento Estadual de Investigações Criminais, chefiada pelo delegado João Paulo de Abreu.

Os agentes cumpriram mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Houve o recolhimento de R$ 28 mil em dinheiro, uma pequena quantidade de drogas, anotações da contabilidade do narcotráfico, relógios e veículos. Um flagrante de crime ambiental também foi registrado quando os policiais civis encontraram e resgataram uma dupla de saguis mantidos em cativeiro. Os animais foram encaminhados ao Ibama.

Os indivíduos são integrantes de uma facção criminosa e participaram também do roubo a uma empresa de segurança, sediada em Porto Alegre, igualmente em 2018. As investigações da 2ª DPHPP e da 1ª DR acabaram assim se cruzando. Os criminosos são envolvidos ainda com o tráfico de entorpecentes.

As execuções ocorreram em uma boate na avenida Sertório, quase no cruzamento com a rua Voluntários da Pátria, no bairro Navegantes, no dia 18 de abril de 2018. As investigações apontaram que as duas vítimas e os quatro feridos no ataque eram todos integrantes de uma facção rival dos atiradores. Apesar dos grupos criminosos já estarem em atrito em função da disputa por pontos de tráfico de drogas, o estopim para as mortes foi uma briga de trânsito entre os envolvidos.

Um dos mortos exercia liderança na facção rival e comandava na época o narcotráfico em Cachoeirinha, além de fornecer entorpecentes para o Litoral Norte. Ele já havia sido preso na operação Retomada em 2010, em Tramandaí. Monitorado dentro da boate inclusive com ajuda do gerente da casa noturna, o criminoso foi atacado quando entrou com os demais cúmplices em um Chevrolet Vectra, de cor preta, com placas de Tramandaí, sendo perseguida pelos ocupantes de um Volkswagen Fox, de cor branca.

Por cerca de 100 metros, o Vectra foi alvo de dezenas de disparos de calibre 9 milímetros. Desgovernado, o automóvel subiu a calçada e derrubou uma árvore e a grade de um muro de uma igreja. Os atiradores desceram do Fox e prosseguiram atirando contra as vítimas antes de fugirem. Em dezembro de 2017, dois homens em um Astra, com placas de Gravataí, foram executados a tiros também na saída de uma festa da mesma casa noturna.


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