BM volta a dispersar público na Cidade Baixa com bombas de gás lacrimogêneo

BM volta a dispersar público na Cidade Baixa com bombas de gás lacrimogêneo

Segundo a Brigada Militar, briga por volta das 3h motivou o uso do equipamento para conter a multidão

Gabriel Guedes

BM usou bombas de efeito moral para evitar brigas que poderiam terminar em morte

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As primeiras horas desta segunda-feira foram marcadas mais uma vez por uma confusão causada por alguns dos frequentadores da vida noturna do bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Pela segunda madrugada consecutiva, a Brigada Militar precisou intervir para debelar aglomerados de pessoas que estavam exaltadas e atirando garrafas contra os policiais. Era por volta das 3h30min quando a BM utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão que estava na esquina das ruas General Lima e Silva e da República.

Na ação, dois capacetes e um escudo ficaram danificados, mas nenhum dos PMs se feriu, assim como os envolvidos no confronto. Um homem foi preso por tráfico de drogas. O local fica distante cerca de um quilômetro da Praça Garibaldi, onde ocorria o Carnaval de Rua, que havia encerrado a programação às 21 horas de domingo.

"São assuntos distintos: uma coisa são os problemas da Cidade Baixa. O outro é o carnaval, que está ocorrendo em um local bastante aprazível, familiar. Quando acaba, um grupo de pessoas acaba migrando para outra parte do bairro", explica o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM), tenente-coronel Luciano Moritz.

A atendente de uma lancheria que fica na esquina onde ocorreu a confusão, Sabrina Rodrigues, 23 anos, relatou à reportagem que a situação da madrugada não chegou a ser tão grave quanto a da noite de sábado, pelas 23h30min, quando a BM também teve que utilizar bombas de gás. No entanto, pela manhã de hoje, era possível ver ainda garrafas quebradas pelo chão. "Eu acordei com o barulho das bombas, assustada. Mas já sabemos o que é quando escutamos. Daí fui ver e tinha gente atirando garrafas contras o policiais", relata a moradora da Rua da República, Ângela Maria Garcez da Silva, 62 anos.

Residente há 30 anos do bairro, ela acredita que a BM agiu certo. "Desta vez a polícia apareceu e não deixou nada de pior acontecer", elogia. Segundo Moritz, há pessoas que buscam diversão bebendo muito, usando drogas e "colocam outros em risco". Ainda acrescenta o comandante, a ideia era mesmo evitar situações mais graves. "No ano passado, tivemos o menino que morreu na orla com uma garrafa quebrada e houve muitas críticas pela imprensa pela velocidade em que o crime ocorreu. Então desta vez, rapidamente agimos para preservar vidas e desfazer estes focos de brigas", ressalta.

O único detido na madrugada desta segunda foi um homem que estava traficando drogas. A BM apreendeu com ele 29 tijolinhos de maconha e oito lança-perfume. "Estamos dispostos para agir rapidamente, evitar problemas, numa ação precisa. Existem ordem, regras e lei. As pessoas tem que entender isso", conclui o comandante.


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