Brigada Militar considera prematura qualquer análise sobre abordagem de PMs em Torres

Brigada Militar considera prematura qualquer análise sobre abordagem de PMs em Torres

Na avaliação do tenente-coronel Aurélio da Rosa, investigação de caso, que resultou na morte de um PRF, está ainda em estágio inicial

Correio do Povo

Imagens de um telefone celular registraram a confusão

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A Brigada Militar garante a lisura e a transparência para elucidação dos fatos ocorridos na madrugada da última segunda-feira em Torres, no Litoral Norte. Em um confusão durante uma ocorrência, um policial rodoviário federal morreu baleado e teve um dos dois filhos feridos por disparos de policiais militares, sendo que um brigadiano teve ferimentos por agressões.  “É cedo para qualquer análise aprofundada. Agora é tudo prematuro…”, frisou o comandante do 2° Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (2°BPAT) da BM, tenente-coronel Aurélio da Rosa, em entrevista à reportagem do Correio do Povo na manhã desta quarta-feira. “Queremos buscar a verdade real dos fatos para que se faça justiça”, enfatizou. Na opinião dele, todas as “afirmações que se façam sem análise de todo o material comprobatório a respeito do fato será prematuro”.  

Segundo o tenente-coronel Aurélio da Rosa, o 2º BPAT está “auxiliando de todas as formas os encarregados do inquérito para que tenham o máximo de informações”. Citou como exemplo a busca de novas imagens e repasse das as informações possíveis e necessárias para que os respectivos inquéritos da Brigada Militar e da Polícia Civil. De acordo com ele, o objetivo é que “os encarregados  cheguem à verdade dos fatos para que faça justiça”. 

Ele confirmou que cinco policiais militares foram afastados das atividades e receberam apoio psicológico de praxe da corporação, além das armas terem sido encaminhadas à Polícia Civil. Dois estiveram envolvidos diretamente no episódio e outros três apareceram depois dos tiros. “Eles estão à disposção dos encarregados dos inquéritos”, assegurou. 

Apesar do treinamento recebido da Brigada Militar, o comandante do 2º BPAT avalia que os policiais militares não conseguiram conduzir o procedimento operacional padrão diante do descontrole instaurado naquela ocorrência.  O policial militar que efetuou os tiros está sendo defendido pelos advogados Maurício Adami Custódio e Ivandro Bitencourt Feijó. “Estamos aguardando neste primeiro momento as respostas preliminares daquelas questões técnicas para poder compreender a dinâmica dos fatos”, explicou Maurício Adami Custódio.

“O que podemos afirmar, pelo que foi divulgado na imprensa, é que os vídeos apontam inicialmente uma intervenção policial com resistência”, adiantou. “Houve no inicío o estrito cumprimento do dever legal. Houve por parte das pessoas abordadas um nítido descompromisso em cumprir com as determinações emanadas da guarnição. Houve a tentativa de resgate das pessoas abordadas. Houve um descontrole emocional das pessoas abordadas”, disse o advogado Maurício Adami Custódio.

“Não temos condições neste primeiro momento de qualquer linha de defesa…Todo contexto da ocorrência policial nasce através de comunicação de sala de operação e despacho de meios adequados. O resultado vem de uma somatória de fatores que devem ser respondidos no inquérito”, acrescentou. 

“Os elementos do inquéritos vão começar a surgir agora”, ressaltou o advogado Maurício Adami Custódio. “Nenhum policial militar sai de sua casa para abater uma pessoa”, lembrou. “Muitas vezes, eles não detêm recursos de não letalidade imediata”, recordou, referindo-se por exemplo à disponibilidade de arma teaser.  “O Estado não pode cobrar uma resposta sumária se o policial praticar algo contra a técnica e ao mesmo não forneça os meios adequados para exercer o seu trabalho”, afirmou o defensor. “As respostas virão…”, concluiu.


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