Casal gaúcho sequestrou criança em Santa Catarina para produção de conteúdo pornográfico

Casal gaúcho sequestrou criança em Santa Catarina para produção de conteúdo pornográfico

Polícia Civil de Palhoça acredita que existam mais vítimas, todas de famílias carentes

Correio do Povo

Delegado Fábio Pereira e delegada Eliane Chaves anunciaram conclusão de inquérito

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Pornografia infantil. Esta é a conclusão da Polícia Civil de Santa Catarina sobre o motivo e finalidade do sequestro, cometido por um casal de gaúchos, de uma menina de quatro anos. Ela foi arrebatada na noite do dia 18 deste mês no bairro Pacheco, em Palhoça. A mãe foi agredida dentro da própria residência ao tentar impedir que a filha fosse levada. A revelação sobre o que estava por detrás do crime ocorreu na manhã desta quarta-feira durante entrevista coletiva à imprensa realizada na Diretoria de Polícia da Grande Florianópolis. O inquérito do caso foi concluído.

O casal de gaúchos, que residia há alguns anos em Santa Catarina, foi preso no dia 20 durante a libertação da criança do cativeiro situado em uma casa de dois pavimentos no bairro Cachoeira do Bom Jesus, no Norte da Ilha de Florianópolis. O homem e a mulher encontram-se com prisão preventiva decretada e permanecem recolhidos no sistema prisional.

Responsável pelo inquérito, o titular da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Palhoça, delegado Fábio Pereira, ressaltou que o casal cometia abusos sexuais de crianças. “Esse casal se aproximava de famílias. Eles procuravam redes sociais que fazem assistência social às famílias carentes com a intenção de se aproximar delas, dando cesta básica, passeios e presentes para as crianças. Eles ganhavam a confiança das famílias e os pais deixavam depois as crianças passarem até mais de um mês na casa do casal”, detalhou.

“Uma destas crianças foi vítima de abuso sexual com produção e armazenamento de imagens pornográficas”, acrescentou. “A finalidade seria abusar das crianças”, enfatizou. A menina não chegou a ser abusada sexualmente nem teve fotos produzidas com cunho pornográfico. A ação policial localizou o cativeiro em dois dias de investigação. “Não tiveram tempo”, resumiu o titular da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Palhoça.

Ele esclareceu que a mãe foi agredida gravemente por que não queria que levassem a filha. “Teria sido a segunda vez. A mãe havia abordado antes o casal que queria levar a criança para comprar doces”, relatou. O delegado Fábio Pereira disse também que o número total de vítimas não pode ser estimado durante o trabalho investigativo, mas assegurou que “foram várias”.

A Diretora de Polícia da Grande Florianópolis, delegada Eliane Chaves, agradeceu o apoio também do Instituto Geral de Perícias, Ministério Público e Poder Judiciário durante o trabalho investigativo. “É um caso grave”, avaliou. “Muitas crianças foram salvas e outros crimes foram evitados”, frisou.

O casal foi indiciado por sequestro qualificado, lesão corporal grave, armazenamento de pornografia infantil, estupro de vulnerável e produção de pornografia infantil, além de crime ambiental pois uma cadela foi encontrada na casa do casal com sinais de maus tratos. Na residência foi localizado um Volkswagen Gol, de cor branca, idêntico ao visto no sequestro da criança em Palhoça.  


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