Caso Mirella: mãe e padrasto são presos pela Polícia Civil de Alvorada

Caso Mirella: mãe e padrasto são presos pela Polícia Civil de Alvorada

Mandados judiciais foram cumpridos no bairro Guajuviras, em Canoas, e em Palhoça, em Santa Catarina

Correio do Povo

Investigação sobre morte de criança é da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam)

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A mãe e o padrasto da menina Mirella Dias Franco, três anos, levada morta ao posto de saúde, foram presos na manhã deste sábado pelos agentes da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Alvorada, da Polícia Civil, sob comando da delegada Samieh Bahjat Saleh.

A operação Inocência cumpriu dois mandados judiciais de prisão preventiva pelo crime de tortura-castigo com resultado morte. “Caso gravíssimo”, resumiu à reportagem do Correio do Povo a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, que responde pela Deam de Alvorada nas férias da titular.

Conforme os policiais civis, a mãe, de 24 anos, foi localizada no bairro Guajuviras, em Canoas. Já o padrasto, de 27 anos, foi encontrado em Palhoça, em Santa Catarina. No dia 31 de maio passado, ele apareceu com a criança desfalecida na Unidade Básica de Saúde no bairro Jardim Aparecida, em Alvorada, onde foi constatado o óbito. A vítima apresentava hematomas e lesões pelo corpo.

“Durante a investigação, em que foram ouvidas várias testemunhas e analisados vários prontuários médicos da criança, constatou-se que ela estava sempre com medo, chorando ou machucada. Pelo relato das testemunhas, que inclusive viram a vítima e em diversas oportunidades hematomas e lesões, com medo do padrasto e não querendo retornar para a casa com a mãe”, lembrou a delegada Jeiselaure Rocha de Souza.

“A vítima teve várias entradas em unidades de saúde por múltiplas fraturas, escabiose e até mesmo sofrido queimaduras que sequer foram adequadamente tratadas pela mãe da infante”, observou.

Os exames e prontuários médicos “mostraram múltiplas lesões e fraturas antigas e atuais, marcas de queimadura e uma severa hemorragia abdominal que levou a menina à morte”. O Instituto-Geral de Perícias fez depois a necropsia do corpo, confirmando a hemorragia abdominal.

“Os investigados, mãe e padrasto, submeteram a vítima, com pouco mais de três anos de idade, com emprego de violência e grave ameaça, consubstanciados em agressões físicas, privações, negligência a intenso sofrimento físico e mental, como forma de castigo pessoal, ao longo de mais de dois anos de convivência do casal, o que caracteriza o crime de tortura pelo resultado morte”, ressaltou a delegada Jeiselaure Rocha de Souza.

Já o diretor da 1ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (1ª DPRM), delegado Juliano Ferreira, destacou “o comprometimento da equipe em investigar com rigor técnico e agilidade o contexto em que esse crime tão grave foi praticado”. Segundo ele, as prisões decorrem de “uma investigação robusta, com muitos elementos de autoria e materialidade, sendo uma resposta enérgica diante de um fato tão grave”

Após as diligências de praxe na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Alvorada, os investigados serão encaminhados ao sistema prisional, O inquérito terá agora um andamento mais rápido nos próximos dias.

A delegada Jeiselaure Rocha de Souza frisou que os mandados judiciais foram deferidos pela 3ª Vara Criminal de Alvorada, após parecer favorável do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

Em recente  entrevista exclusiva à reportagem da Record TV RS, a mãe havia culpado o companheiro por tudo o que aconteceu com a filha. A morte da criança causou revolta nas redes sociais e na comunidade local em Alvorada. Uma passeata de protesto chegou a ser realizada, com pedidos de justiça. A caminhada com balões parou em frente à barbearia do padrasto. O local foi invadido, sendo queimados móveis e demais objetos.  

Foto: PC / Divulgação / CP


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