Caso Rachel Genofre: identificado assassino após 11 anos de investigação no Paraná

Caso Rachel Genofre: identificado assassino após 11 anos de investigação no Paraná

Suspeito é um apenado que cumpre pena em São Paulo e já cometeu crime até no Rio Grande do Sul. Crime foi solucionado graças ao Banco Nacional de Perfis Genéticos

Correio do Povo

Descoberta do corpo da criança dentro de uma mala na Rodoferroviária de Curitiba repercutiu em todo o país

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Um crime que chocou o país há 11 anos foi finalmente esclarecido pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná. Graças ao Banco Nacional de Perfis Genéticos foi identificado o suspeito de estuprar e matar asfixiada a menina Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre, de nove anos. 

O corpo da criança foi localizado no dia 5 de novembro de 2008 dentro de uma mala abandonada sob uma escada na Rodoferroviária de Curitiba, dois dias depois de desaparecer após ter saído da escola.

O criminoso, de 54 anos, está preso na Penitenciária II de Sorocaba, São Paulo. Detido desde 2016 e com extensa ficha criminal, ele possui condenação de 22 anos de prisão por estelionato, estupro, roubo e falsificação de documento. “Esse homem tem uma ficha gigantesca de crimes cometidos em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande dos Sul. Tem passagens por estelionato, roubo, estupro", revelou o delegado-geral-adjunto da Polícia Civil do Paraná, Riad Farhat, em entrevista coletiva à imprensa.

A identificação dele como autor do crime ocorreu por comparação genética devido à integração da base de dados entre Paraná, São Paulo e Brasília. Houve cruzamento do material genético encontrado sobre o corpo da vítima com perfis do Banco Nacional de Perfis Genéticos que reúne material colhido de presos que cometeram crimes hediondos.

“O Instituto de Criminalística da Polícia Civil de São Paulo, através da coleta dos dados genéticos desse acusado, jogou no software nacional e acusou positivo para o caso da Rachel. Nossa Polícia Científica foi avisada e informou a Divisão de Homicídios”, explicou Riad Farhat. 

Ele destacou também o empenho ao longo do trabalho investigativo. Isso porque foi feito o cruzamento de DNA de 116 suspeitos que batiam com o retrato falado da época. “Não paramos em nenhum momento. As dificuldades foram imensas. Jamais abandonamos o caso”, frisou.

A expectativa da Polícia é de que o suspeito seja transferido para o Paraná e seja ouvido pelo delegado responsável pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcos Fernando da Silva Fontes. Uma reconstituição do crime não é descartada para que os detalhes do assassinato sejam esclarecidos. “Nós estamos trabalhando com um estuprador em série”, declarou à Record TV Curitiba.

Para o secretário estadual da Segurança Pública, Rômulo Marinho Soares, a solução desse crime emblemático é resultado da unificação de sistemas. “Em pouco tempo vamos elucidar vários crimes em aberto”, afirmou. Até o final deste ano, o Banco Nacional de Perfis Genéticos deve contar com os dados de cerca de 65 mil condenados de todo o país. Atualmente estão reunidos mais de 28 mil perfis.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, investiu R$ 9 milhões na aquisição de kits de coletas de amostras biológicas, reagentes, picotadores semiautomáticos e analisadores genéticos.

O material foi distribuído aos Estados para realização de mutirões, cumprindo as metas de coleta e inserção no banco. Cada unidade da federação é responsável pela coleta das amostras de DNA dos condenados recolhidos no sistema prisional.


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