Cerca de 250 pessoas se despedem de policial morto em assalto em Porto Alegre

Cerca de 250 pessoas se despedem de policial morto em assalto em Porto Alegre

Elton Martins Bangel, 52 anos, foi enterrado no cemitério Jardim da Paz

Marco Aurélio Ruas

Elton Martins Bangel, 52 anos, foi enterrado neste domingo, no cemitério Jardim da Paz

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Cerca de 250 pessoas participaram, na manhã deste domingo, do enterro do policial aposentado e professor de matemática Elton Martins Bangel, 52 anos, no cemitério Jardim da Paz. Além da família e amigos, dezenas de policiais civis prestaram uma última homenagem ao ex-colega que foi morto durante um assalto na manhã de sábado, no estacionamento de uma loja na avenida Assis Brasil. A vítima deixou a esposa, dois filhos, um enteado, a mãe, três irmãs e 15 sobrinhos.

Chefe da Polícia Civil, Emerson Wendt afirmou que Bangel representava muito bem o que os policiais chamam de “espírito de corpo” da Polícia Civil. “Trabalhou arduamente contra o crime, contra facções criminosas. É uma lógica cruel da vida policial: trabalhar a vida inteira contra o crime e, ao final, depois de uma merecida aposentadoria, ser vítima desse crime”, lamentou. Ele ainda ressaltou que os ex-colegas da vítima darão uma resposta adequada, e dentro da lei, para este tipo de criminalidade. “Ao que tudo indica foi um latrocínio. Pela mecânica do crime, que ainda não está totalmente clara. As imagens não pegam o todo, principalmente o ato de execução. Pelo que se percebe eles (criminosos) estavam naquele ambiente comercial para buscar valores e bens pra capitalizar o crime”, disse Wendt.

O chefe da PC também destacou que “a lógica acabou sendo cruel” ao lembrar das melhoras nos números relacionados ao latrocínio no Estado. “Se a gente verificar nós tivemos, em Porto Alegre, uma redução de mais de 60% dos casos de latrocínio. Ou seja, os trabalhos foram efetivos na diminuição destes casos. Infelizmente, os últimos 20 anos nos diz que, talvez, a gente não consiga erradicar esse tipo de delito, mas a gente pode trabalhar arduamente para que sempre haja uma diminuição”, argumentou Wendt.

O delegado Eduardo de Oliveira César, que foi colega de Bangel, também lamentou a sua morte. “Ele trabalhou comigo na Delegacia de Homicídios e no Deic. Era um excelente policial. Uma pessoa muito correta. Um policial muito experiente e preparado para qualquer ação. É uma grande perda para a população. Esperamos que a família seja confortada”, comentou.

Da mesma forma, o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil do RS (Ugeirm/Sindicato), Isaac Ortiz, demonstrou indignação com a perda. “Ele estava vivendo a melhor fase da vida dele. Estava lecionando. É mais uma vítima dessa violência desenfreada no nosso Estado”, salientou Ortiz. Ele também frisou que o caso demonstra a falência da segurança pública no Estado. “Será que a segurança pública é só midiática? Daquela que, quando precisa fazer um grande julgamento em Porto Alegre, se coloca milhares e milhares de policiais. Parece um bando de palhaços com aquele crco que foi montado em volta daquele tribunal. E quando se precisa de segurança pública não tem. Temos que ter uma política de segurança que proteja o cidadão comum. Esse precisa ser protegido”, disse.

Durante o deslocamento do caixão, da capela até o local do enterro, todos bateram palmas em homenagem ao policial aposentado e professor de matemática. A homenagem se repetiu mais duas vezes durante o enterro, enquanto as sirenes das viaturas da PC foram acionadas.

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