Começa júri de acusados de matar fotógrafo em Canoas, em 2015

Começa júri de acusados de matar fotógrafo em Canoas, em 2015

Juliano Biron da Silva e Paula Caroline Ferreira Rodrigues respondem por homicídio qualificado, com motivo torpe, e meio cruel

Eduardo Amaral

Um dos delegados envolvidos no caso prestou depoimento no julgamento

publicidade

Começou na manhã desta terça-feira o julgamento do casal Juliano Biron da Silva e Paula Caroline Ferreira Rodrigues, acusados de assassinar o fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, em 2015, em Canoas, na região Metropolitana. A dupla responde por homicídio qualificado, com motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de e cadáver. Os dois deveriam ser julgados juntos, porém a ré não compareceu à audiência e a juíza Geovana Rosa determinou a cisão do processo – ela será julgada em outra data. A defesa da mulher não apresentou qualquer justificativa para sua ausência.

De acordo com o Ministério Público, o crime foi praticado por conta do ciúme de Biron sobre a relação dela com o Gargioni. Para a acusação, o crime foi premeditado e Paula teria aderido à decisão de matar, pois ajudou a planejar e participou do assassinato. Ela foi presa com Juliano em janeiro de 2016, cerca de seis meses após o crime. Ele foi encaminhado à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) onde permanece até hoje, enquanto ela recebeu liberdade provisória em 2018.

No julgamento, apenas duas testemunhas prestaram depoimento, uma de acusação e outra de defesa. O delegado Marco Guns depôs pela acusação e relatou o processo de investigação que levou aos autores do crime. Durante o julgamento ele disse que chamou sua atenção o estado do corpo de Juliano: "muito machucado, com dezenas de perfurações e muito mutilado". Essas marcas deram os indícios de que a vítima foi espancada e torturada pelos assassinos. Segundo Guns, conversas pelo Facebook foram determinantes para chegar ao casal. Ele depôs até próximo do meio dia, quando a juíza determinou um intervalo.

Relembre o caso

José Gustavo Bertuol Gargioni, de 23 anos, foi morto a tiros no dia 28 de julho de 2015 quando havia marcado um encontro com Paula Caroline Ferreira, na época com 21 anos, em um posto de gasolina. Ao entrar no carro dirigido por ela, a vítima acreditava não ter mais ninguém no veículo, porém Juliano estava escondido. O casal rendeu o fotógrafo e o levou até a Prainha do Paquetá, onde, de acordo com a Polícia Civil (PC), torturou e espancou o fotógrafo.

Em seguida, eles dispararam 12 vezes contra ele, totalizando 19 tiros contra a vítima. O corpo foi abandonado às margens da Prainha. Quatro meses após o crime a PC apontou Juliano e Paula como autores do crime .Eles haviam fugido para Santa Catarina, onde foram presos em janeiro de 2018.   

 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895