Conclusão de laudos de reconstituição da morte de Rafael Winques pode levar 30 dias

Conclusão de laudos de reconstituição da morte de Rafael Winques pode levar 30 dias

Menino teria morrido ao ser arrastado até o local onde o corpo foi encontrado

Agostinho Piovesan

Boneco foi usado durante a reconstituição da morte de menino em Planalto

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A Polícia Civil conseguiu mais informações e detalhes de como ocorreu a morte do menino Rafael Mateus Winques, durante a reconstituição do crime, que durou seis horas, na noite desta quinta-feira,18, em Planalto, no Norte do Estado. As ações dos peritos e policiais tiveram dois cenários. Inicialmente na Delegacia de Polícia, onde a mãe do menino, Alexandra Dougokenski foi ouvida pelos peritos e depois na cena do crime, iniciando na casa onde residia Rafael e na residência próxima, onde o corpo foi localizado. Em coletiva, peritos do IGP avisaram que conclusão dos laudos da reconstituição pode levar mais de 30 dias devido a complexidade da perícia

Alexandra, de 33 anos, precisou mostrar aos peritos, com detalhes, como ocorreu o crime, segundo sua versão. O delegado Eibert Moreira Neto disse, após a reconstituição, que tudo leva a crer que Rafael morreu após ser medicado com Diazepam e movimentado preso a uma corda pela mãe Alexandra. “Se o fato aconteceu com o ela narrou, o menino morreu no trajeto de tração da corda entre a cama e a porta da casa”, afirmou. O delegado informou que Alexandra iniciou narrando quando colocou ele para dormir e a partir disso foi desenvolvendo a linha cronológica do tempo para que tivéssemos a real noção do que acontece naquela noite”, disse o delegado Eibert Moreira Neto

Foram seis horas de intenso trabalho do Instituto Geral de Perícias (IGP), com apoio da Polícia Civil e Brigada Militar, encerrou no início da madrugada desta sexta-feira,19, a reconstituição. Para isso, foram usados elementos, como um boneco no mesmo tamanho e peso da criança. O irmão de Rafael, um adolescente de 17 anos esteve presente no local, mas não participou da reconstituição.

A entrevista com Alexandra iniciou na DP às 18h e depois, a partir das 21h ocorreu a reconstituição no local do crime, com a mãe descrevendo passo a passo o que, do seu ponto de vista, ocorreu na madrugada do dia 15 de maio, data da morte. O filho foi ouvido por peritos e policiais no local e esteve acompanhado por integrantes do Conselho Tutelar de Planalto.

Divergências 

Num dos momentos da reconstituição a mãe saiu da casa e simulou como teria arrastado o próprio filho da casa onde residia, até a residência próxima, onde o corpo foi localizado dentro de uma caixa de papelão. Neste momento, o pátio da casa foi deixado totalmente escuro e todos os que acompanhavam permaneceram em silêncio. A Polícia informou, ainda, que existem várias divergências em relação ao primeiro interrogatório da mãe e a simulação dos fatos. O delegado Eibert disse que

De acordo com Eibert, há pequenas divergências em relação a reprodução e o primeiro interrogatório da mãe que serão esclarecidas no decorrer do inquérito, principalmente no que diz respeito à forma como ela carregou o menino. Diante da complexidade da perícia, o IGP avalia que levará mais de 30 dias para os laudos serem concluídos. Boneco, simulando o corpo do menino Rafael estava vestido com uma camisa do Grêmio. Foi roupa idêntica que vestia no dia em que ocorreu o fato.

Defesa 

O advogado de Alexandra, Jean Severo, acompanhou a reconstituição de perto. Ao falar à imprensa ele sustentou a versão apresentada desde o inicio, que Alexandra agiu sozinha e não teve intenção de matar o filho. Ele alega que foi um homicídio culposo. Por sua vez a Polícia , segue com a linha de homicídio doloso, em que a teve intenção de matar o filho.

Nos próximos dias, em Porto Alegre, Alexandra deve prestar um novo depoimento. A polícia informou que deve solicitar a prorrogação da prisão temporária de Alexandra, que vence no dia 23. “Não queremos concluir o inquérito sem os laudos da reprodução simulada.  Algumas questões que ela apontou hoje fizeram surgir dúvidas em questões que nós não tínhamos questionado antes e que vão refletir nesses laudos que estão sendo produzidos.  

Segundo os peritos do IGP, o objetivo do trabalho foi avaliar se a versão dada pela mãe é real. Em Planalto o clima é de muita expectativa em relação aos fatos e, se a mãe agiu sozinha. Nas redes sociais, acompanhando lives do local do crime por meios de comunicação, milhares de pessoas se manifestaram e pediam justiça. As opiniões dos internautas eram de revolta, especialmente por Rafael ser morto pela própria mãe.


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