Criminosos que mataram policial militar em 2016, em Cidreira, são condenados pelo júri popular

Criminosos que mataram policial militar em 2016, em Cidreira, são condenados pelo júri popular

Julgamento terminou na madrugada desta quarta-feira na Comarca de Tramandaí

Correio do Povo

Sepultamento do brigadiano ocorreu sob forte comoção e tristeza

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Os cinco criminosos acusados de matar um policial militar e de tentativas de homicídio contra 11 brigadianos, em agosto de 2016 em Cidreira, receberam penas pesadas no final do júri popular encerrado no início da madrugada desta quarta-feira na Comarca de Tramandaí. Todos os todos réus foram condenados por homicídio duplamente qualificado; por 11 tentativas de homicídio duplamente qualificado, e duas vezes por violação de domicílio triplamente qualificado, crimes cometidos em concurso material.

O primeiro réu foi sentenciado a 93 anos e quatro meses em regime fechado, mais dois anos e quatro meses no semiaberto. Já o segundo recebeu pena de 102 anos e oito meses de reclusão e também dois anos e oito meses no semiaberto. Por sua vez, o terceiro acusado foi condenado a 84 anos no fechado e ainda dois anos no aberto.

O quarto criminoso teve pena também de 84 anos de reclusão e mais dois anos no aberto. Por fim, o quinto réu teve sentença de 102 anos e oito meses no regime fechado e acréscimo de dois anos e oito meses no semiaberto. Entretanto, a lei anticrime que entrou em vigor em janeiro deste ano elevou o tempo máximo de cumprimento de pena de 30 para 40 anos.

O julgamento, iniciado na manhã da última terça-feira, foi presidido pelo juiz de Direito Gilberto Pinto Fontoura, da 1ª Vara Criminal. Não houve acesso do público em geral por questões sanitárias em razão da pandemia de Covid-19.

A denúncia do Ministério Público apontou que o soldado Thales Ferreira Floriano, 31 anos, foi morto quando ele e os colegas atuaram em uma ocorrência de invasões de imóveis na vila Chico Mendes, em Cidreira, decorrentes da disputa pelo controle do tráfico de drogas. O efetivo da BM foi recebido a tiros pelos acusados que seriam ligados a uma facção.

O grupo criminoso saiu de Porto Alegre com o objetivo de ocupar um ponto de tráfico em Cidreira. O efetivo da BM foi então acionado após denúncia e quando chegou no local foi alvo de disparos, ocorrendo um confronto. O soldado Thales Ferreira Floriano acabou baleado e não resistiu aos graves ferimentos. A mobilização da BM resultaria nas prisões dos autores do crime e na apreensão de armamento, munição, coletes balísticos e drogas.

Luto

Formado em Educação Física, Thales Ferreira Floriano estava desde 2009 na BM e, além da esposa, deixou uma filha de três anos na época. Em sua trajetória policial, o policial militar já havia recebido reconhecimento de honra ao mérito por uma ocorrência em que, mesmo ferido, conseguiu deter um criminoso.

O sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal de Tramandaí sob forte comoção, tristeza e revolta. Houve um sirenaço, seguido de um minuto de silêncio, em todos os quartéis da BM no Rio Grande do Sul. Um imenso cortejo de veículos acompanhou o deslocamento do caixão em um caminhão de bombeiros até o cemitério.

Com sirenes e buzinas acionadas, viaturas de todos os órgãos de segurança pública da região litorânea acompanharam as últimas homenagens, além de representantes de entidades de classe e de associações de moradores de municípios do Litoral Norte.


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