Delegacia de Combate à Intolerância indicia morador de Novo Hamburgo

Delegacia de Combate à Intolerância indicia morador de Novo Hamburgo

Suspeito foi investigado por ataques racista e homofóbicos contra ator de televisão e ativista brasileiro

Correio do Povo

Investigação foi coordenada pela delegada Andrea Mattos

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A Delegacia de Combate à Intolerância (DPCI) está remetendo nesta terça-feira o inquérito sobre um morador de Novo Hamburgo que fez ataques contra um ator de televisão do Rio de Janeiro. “Estamos indiciando por racismo qualificado em virtude de ter sido praticado na rede mundial computadores”, destacou a delegada Andrea Mattos à reportagem do Correio do Povo.

Ela disse ainda que o suspeito foi indiciado por racismo e ameaças feitas em ataques na internet contra um ativista brasileiro, que reside nos Estados Unidos. “Estamos ainda juntando provas”, frisou.

De acordo com a titular da DPCI, o investigado faria parte também de grupos neonazistas. “A gente ainda precisa juntar mais indícios e provas para materializar de fato”, observou.

Durante a investigação, um mandado judicial de busca e apreensão foi cumprido na residência dele, sendo recolhidos computadores e telefones celulares. "Acredito que ele tenha subtraído provas, porque o material encontrado é bem antigo. Segundo a perícia, há indícios de que teria outro HD", revelou a delegada Andrea Mattos.

DEFESA

Defensor do acusado, o advogado André von Berg emitiu uma nota oficial, na qual informa "desconhecer que o inquérito policial tenha sido concluído bem como seu resultado, tendo em vista que não fomos intimados, assim como não foi o nosso constituinte". Para ele, "não há nenhum outro elemento que possa assegurar um mínimo de indício de autoria e materialidade no cometimento de qualquer ilícito", ressaltando que seu cliente "compareceu perante a autoridade policial esclarecendo todos os fatos" e que "permanece à disposição para prestar qualquer esclarecimento complementar que for solicitado".

O advogado André von Berg disse ainda que seu cliente afirmou "categoricamente que não praticou nenhum ato ilícito, e, confia na Justiça, em que restará absolvido", além de reiterar "estar de consciência absolutamente tranquila, por ser sabedor da sua inocência".

"Ademais, estranhamos o fato (de um possível indiciamento) ser publicizado sendo que até o momento as partes supostamente envolvidas não foram intimadas. Ainda mais tratando-se de expediente, como se sabe, que tramita em 'segredo de Justiça'. Sem emitir qualquer juízo de valor, mas, parece que estão querendo fazer uma campanha para destruir a imagem,  requentando fatos já ultrapassados", manifestou-se na nota oficial. 

"Temos que ter cautela antes de 'condenar' qualquer pessoa sem que tenha sido julgada pela Justiça, em processo que tenham sido observados o contraditório e a ampla defesa (predicados assegurados pela Magna Carta)", concluiu o advogado André von Berg.


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