Delegada diz que conversou por telefone com paciente abusada por anestesista: "Muito abalada"

Delegada diz que conversou por telefone com paciente abusada por anestesista: "Muito abalada"

Segundo Bárbara Lomba, provavelmente vítima tomou coquetel anti-HIV devido ao protocolo de atendimento em casos de estupro

R7

Anestesista foi preso em flagrante em hospital

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A paciente abusada sexualmente pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, no último domingo, enquanto estava sedada durante o parto no Hospital da Mulher, na Baixada Fluminense, foi informada do crime pela delegada Bárbara Lomba, da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti, responsável pela investigação.

Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, a delegada explicou que a conversa ocorreu por telefone. "Quis falar com ela mais para prestar solidariedade e dizer a ela que se sinta protegida, que não será exposta e que o agressor está preso. E nós vamos fazer tudo o que for possível para terminar a investigação e comprovar esse crime. Então, a tranquilizei nesse sentido. Perguntei como ela estava, como estava o filho. Ela chorou, se emocionou, disse que está muito abalada psicologicamente, claro, mas se colocou à disposição. O filho está bem", disse Bárbara aos jornalistas.

Ainda não há data para os depoimentos da vítima e do marido dela à polícia. É possível que eles não sejam ouvidos na Deam com o intuito de serem preservados. A delegada já sabe que o marido foi retirado da sala de cirurgia após o nascimento do bebê. De acordo com Bárbara Lomba, o anestesista se aproveitou deste momento para estuprar a vítima.

Ela explicou ainda que, como ocorre em casos de violência sexual, é provável que a paciente tenha passado pelo protocolo de atendimento a vítimas de estupro e tomado o coquetel anti-HIV.

Possíveis vítimas prestam depoimento hoje

A polícia espera tomar o depoimento, hoje, de duas mulheres que podem ter sido vítimas do anestesista também no dia 10 de julho. As pacientes foram atendidas no centro cirúrgico antes de a equipe de enfermagem do hospital conseguir registrar em vídeo o flagrante de estupro na terceira cirurgia do plantão.

"Já temos informações de que elas foram sedadas, possivelmente desnecessariamente", informou a delegada. A Delegacia de Atendimento à Mulher analisa cerca de 30 casos de pacientes que foram atendidas pelo anestesista Giovanni Quintella. Além do flagrante que resultou na prisão do médico, ao menos cinco são investigados como possíveis vítimas de estupro. Três mulheres já foram ouvidas, segundo a delegada Bárbara Lomba.

O médico anestesista está preso preventivamente em Bangu 8, na zona oeste da capital, em uma cela individual, após ter sido hostilizado por outros dententos na chegada ao presídio. O R7 não conseguiu localizar a defesa de Giovanni Quintella Bezerra desde que o advogado Hugo Novaes deixou o caso. 


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