Denarc descobre falso delivery de lanches que fornecia drogas para classe média alta em Porto Alegre

Denarc descobre falso delivery de lanches que fornecia drogas para classe média alta em Porto Alegre

Kits personalizado com brindes, como isqueiros e sedas saborizadas, também eram entregues aos clientes mais assíduos e fixos

Correio do Povo

Policiais civis realizaram operação em Alvorada, onde ficava o depósito do esquema vip de tele-entrega

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Um falso delivery voltado à classe média alta, que entregava drogas ao invés de lanches, foi descoberto e desarticulado pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil na Zona Norte de Porto Alegre. Os clientes mais assíduos e fixos recebiam inclusive um kit personalizado com brindes, como isqueiros e sedas saborizadas para o consumo dos entorpecentes. A investigação durou em torno de 15 dias e foi coordenada pelo delegado Gabriel Borges Os agentes apuraram que as drogas entregues pelo “Delivery Bom Apetite” tinham até controle de qualidade.

No final da noite de sábado passado, a operação Empáfia foi então deflagrada em Alvorada, próxima do limite com Porto Alegre. Um depósito do esquema vip de tele-entrega foi localizado no bairro Jardim Algarve. Houve a apreensão de cerca de cinco quilos de maconha e 160 gramas já divididas em 146 porções, além de 12 cartões de crédito e bancário, sete balanças de precisão, duas maquininha de cartão, uma farda militar, um telefone celular e 290 embalagens personalizadas e materiais para acondicionar e distribuir as drogas. Um suspeito foi preso no momento em que deixava o imóvel, que estava sendo monitorado.

“A investigação iniciou a partir do recebimento de informações de que um homem era responsável pela entrega de entorpecentes em áreas nobres da zona Norte de Porto Alegre”, explicou o delegado Gabriel Borges. “Chamou a atenção que a denúncia informava que a droga era entregue com controle de qualidade, uma vez que alcançava compradores com alto padrão aquisitivo, além de ofertar via redes sociais com marca específica”, acrescentou.

“A organização e o estilo comercial da atividade era grande, tendo em vista que as embalagens de entrega dos entorpecentes possuíam a identificação da ‘empresa’ dos vendedores, de modo que os usuários quando recebessem as drogas pudessem comprovar sua origem”, complementou. O delegado Gabriel Borges lembrou ainda que foi uma investigação em cima de “um grupo organizado que alcançava um público selecionado de usuários, o que demandou ainda mais técnicas especiais de investigação para o alcance do resultado”.

Já o diretor de investigação do Denarc, delegado Alencar Carraro, ressaltou que foi “uma importante investigação que desarticulou um grupo que além de afrontar o sistema de justiça pela prática explícita do tráfico de drogas, constituía-se em verdadeiro modelo empresarial de vendas com grande lucratividade”. O trabalho investigativo terá prosseguimento para identificar e responsabilizar criminalmente os demais envolvidos.  


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