Desvios de recursos públicos da área da saúde são investigados pela PF e CGU no RS
Alvo é uma associação civil contratada para administrar um hospital em Taquara em 2016 e 2017
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A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram na manhã desta terça-feira a operação Tomentella que investiga desvios de recursos públicos da área da saúde. Houve o cumprimento de dez mandados judiciais de busca e apreensão em Taquara, Porto Alegre, Pelotas e Santa Vitória do Palmar. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
A investigação começou no final de 2018 e apura a contratação pelo município de Taquara de uma associação civil que administrou o Hospital Bom Jesus durante os anos de 2016 a 2017.
Conforme a PF, os recursos públicos federais repassados no período à associação civil foram de aproximadamente R$16 milhões, além de verbas estaduais e municipais.
O trabalho investigativo apontou ainda que o grupo teria utilizado parte desses valores para pagar despesas não autorizadas em proveito próprio e em favor de outras empresas a título de taxa de administração e consultoria.
Os crimes investigados na operação Tomentella são apropriação ou desvio de bens ou rendas públicas, dispensa ou inexigência irregulares de licitação, organização criminosa, peculato, corrupção passiva e corrupção ativa.
A mesma associação foi investigada na operação Camilo, realizada em maio de 2020 pela Polícia Federal.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Taquara, que divulgou uma nota oficial no final desta manhã. "O Município de Taquara não está entre os alvos da Operação Tomentella, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, e sim a empresa que administrava o Hospital Bom Jesus nos anos de 2016 e 2017", informou no comunicado.
Mais tarde, a Prefeitura de Taquara divulgou uma nova nota onde informou que enviou um ofício ao superintendente regional da Polícia Federal no RS, Aldronei Antonio Pacheco Rodrigues, colocando servidores da Prefeitura e todo o secretariado à disposição da Operação Tomentella.
De acordo com a prefeita, Silrlei Silveira, os recursos públicos federais repassados no período à associação civil foram de, aproximadamente, 16 milhões de reais, além de verbas estaduais e municipais. “Ainda que o período investigado não tenha relação com nosso governo, determinei a todos os secretários municipais e procurador Jurídico que concedam acesso a todos os documentos que estejam de posse da municipalidade, independente de ordem judicial, como forma de auxiliar no trabalho investigativo”, reforçou.
O documento assinado pela prefeita Sirlei foi encaminhado à superintendência da Polícia Federal à tarde. “A nossa administração busca a transparência e a gestão dos recursos públicos de maneira eficiente e econômica. Somos a favor do combate a eventuais atos de corrupção e abuso do poder econômico”, destacou em nota.