Dupla é presa suspeita de participar de sequestro de empresária em Porto Alegre

Dupla é presa suspeita de participar de sequestro de empresária em Porto Alegre

Ação da Polícia Civil cumpriu mandados em Esteio e São Leopoldo

Franceli Stefani

Violão encontrado estava com principal alvo da operação da Polícia Civil

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Dois homens, investigados por terem participado do sequestro de uma empresária em janeiro, foram presos em uma ação da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na manhã desta quinta-feira. A Polícia Civil revela que a mulher de 30 anos, moradora de Porto Alegre, foi raptada no Centro de Porto Alegre no dia 28 de janeiro, quando mostrava para os criminosos um imóvel da família que estava à disposição para locação. Os criminosos chegaram a pedir R$ 300 mil de resgate para o marido. A quantia não chegou a ser paga e a mulher foi liberada após 18 horas de cativeiro.

De acordo com o dlegado João Paulo de Abreu, os mandados de prisão temporária foram cumpridos em Esteio e São Leopoldo. A primeira busca ocorreu na casa de um homem de 41 anos. “Ele foi a pessoa que efetivamente participou da extorsão mediante sequestro, inclusive foi reconhecido de forma categórica como pessoa que fez o contato para marcar a visita ao imóvel anunciado pelos empresários, até o anúncio do roubo”, detalhou. 

Abreu relatou ainda que o homem usava tornozeleira eletrônica e ocultava o aparelho com papel alumínio. “Nós apreendemos, durante o cumprimento de mandado, uma caixa com o objeto em formato do equipamento de monitoramento. Através dos sinais emitidos, nós conseguimos localizá-lo e monitorá-lo a distância”, explicou. Isso só foi possível devido à parceria feita com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que identificou que o sinal era bloqueado de forma intencional.

O outro envolvido diretamente no crime foi capturado em São Leopoldo. “Ele surge através de vigilância e acompanhamento do morador de Esteio. Em diversos momentos em que as equipes se fizeram presentes, através da ação controlada – que visava a melhor oportunidade de iniciar a ofensiva – ele estava presente no endereço”, acrescentou.

No endereço foram encontrados uma cafeteira que seria de propriedade da vítima do sequestro, além de lacres, semelhantes aos utilizados para imobilizar a família no momento do anúncio do crime em Porto Alegre. “Com o nosso principal alvo encontramos mais de mil reais em espécie, o tênis que seria do esposo da empresária, televisores e o violão, que continha uma nota fiscal de um curso de música em nome do companheiro.” A polícia também apreendeu celulares, quatro veículos, uma arma de calibre restrito.

 

 

Cativeiro em Portão

Com base no depoimento da vítima, os policiais conseguiram mapear o endereço em que ela permaneceu sob poder dos criminosos. Uma casa na localidade de Sertão Capivara, no interior de Portão, cidade do Vale do Sinos. O local, de propriedade da mãe de um dos envolvidos no delito, fica em uma área de estrada de chão e no limite de outros municípios, como Lindolfo Collor e Estância Velha. 

O local foi descrito pela mulher de 30 anos como “casa de vó”. No banheiro, havia uma rede de crochê, cuidadosamente instalada. Todos os cômodos eram extremamente limpos e organizados, além disso o perfume era característico. Abreu disse que a residência foi reconhecida por ela, depois que agentes enviaram imagens do espaço interno. “Tanto que o esposo contou que ela ficou em choque e afirmou, de forma contundente, se tratar da casa em que foi mantida refém.”

Segundo o delegado, há indícios de participação de, pelo menos, outras duas pessoas. “Se trabalha de forma clara do envolvimento de mais uma pessoa, seria um jovem. Quando ouvimos a empresária, ela nos relatou que no cativeiro teriam mais duas pessoas tomando conta dela durante a noite. Ao que tudo indica, os dois capturados, não teriam ido até o local”, frisa. Por isso, as investigações seguem, em busca de indícios que materializem o envolvimento de outras pessoas. “O que temos até agora é que as apreensões ratificam as investigações já apresentadas, vamos pedir a prisão preventiva deles e dar sequência ao trabalho, em busca da identificação dos outros dois.” O delegado apela para a colaboração da comunidade, através de informações que possam colaborar. O disque-denúncia é 0800-510 2828 e o WhatsApp ou Telegram é 98418-7814.


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