Empresário acusado de locaute continua preso em Porto Alegre

Empresário acusado de locaute continua preso em Porto Alegre

Empresa argumenta que suspeito não tem cargo nem é sócio da companhia

Agência Brasil

Segundo Polícia Federal, objetivo era gerar desabastecimento de grãos e proteína animal na serra

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O homem preso temporariamente sob acusação de interferir na paralisação de caminhoneiros, segue detido em Porto Alegre. Na manhã desta sexta-feira, o empresário, identificado pela Polícia Federal (PF) como autor de aviso ameaçador compartilhado por grupos de mensagens eletrônicas, foi conduzido para audiência de custódia, na qual o juiz de plantão vai avaliar a necessidade de mantê-lo preso. O acusado foi detido no dia anterior, durante a Operação Unlocked, deflagrada pela PF com o apoio da Brigada Militar, para reprimir a prática de locaute em rodovias do Rio Grande do Sul. O locaute é a greve ou a paralisação realizada por ou com o incentivo de empresários e é proibida por lei.



Segundo a assessoria da empresa, o homem que foi acusado não tem cargo, não é sócio da empresa e qualquer "pretensa ação que lhe seja imputada" não expressa a posição da companhia. Por meio de nota, a empresa garante que opera normalmente e que espera que as informações divulgadas pela imprensa, de uma suposta participação na greve dos caminhoneiros, sejam esclarecidas o mais rápido possível. A companhia afirmou também ter sofrido os efeitos da paralisação de 11 dias dos caminhoneiros.

Provas contundentes

A Agência Brasil não conseguiu contato, que, em entrevistas a veículos de notícias locais, revelou que seu cliente nega ter ameaçado motoristas que cogitavam deixar a paralisação e furar os bloqueios montados em rodovias gaúchas. No dia anterior, o superintendente regional da Polícia Federal, delegado Alexandre Isbarrola, afirmou que a PF tinha "provas contundentes" da prática de locaute por donos de transportadoras gaúchas. Sem mencionar nomes, o superintendente disse que "uma grande transportadora atuava com violência e grave ameaça".

De acordo com o delegado, comboios de veículos eram mobilizados seguindo as ordens de empresários. Os manifestantes abordavam os caminhões que trafegavam pelas rodovias BR 116, RS 122 e RS 452, obrigando-os a parar. Segundo o superintendente, o objetivo era gerar o desabastecimento de grãos e de proteína animal na região serrana do estado.

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