Estelionatário é preso pela Polícia Civil em Ganguçu

Estelionatário é preso pela Polícia Civil em Ganguçu

Homem de 82 anos relatou ameaças para deixar a casa onde morava

Franceli Stefani

Material apreendido com o estelionatário que por ameaçava expulsar homem de 82 anos da sua residência

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Um estelionatário foi preso durante a operação Vassalo, realizada pela Polícia Civil, na manhã desta sexta-feira, em Canguçu, na região Sul do Estado. Os agentes cumpriram 11 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. O homem, que não teve a identidade revelada, aplicava golpes e ameaçava moradores de uma localidade conhecida como Estrada da Pedreira. Conforme a delegada Lisiane Mattarredonda, foram apreendidos diversos objetos sem procedência e duas pessoas, suspeitas de serem guarda-costas do alvo da ação, foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo.

“O objetivo foi desarticular a organização que se instalou na região da Pedreira. Uma área de expansão urbana, próxima ao Tchê Parque, na qual os envolvidos, chefiados pelo estelionatário, intimidavam e ameaçavam os moradores do local”, explica Lisiane.

O criminoso se intitulava “dono” da área e vendia lotes aos compradores. Depois de praticar o ato, passava a ameaçar a vítima, com intuito de expulsá-la da terra e revender o mesmo espaço para terceiros.

“Os lotes em que não havia morador eram revendidos para várias pessoas enganadas pelo investigado. Além disso, o suspeito induzia os moradores ao erro, para obter vantagem ilícita, uma vez que as casas e terrenos não eram entregues conforme o acordo”, descreve.

A delegada enfatiza que faltavam itens essenciais no imóvel, como porta, janela ou telhado. A operação teve apoio da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), devido a denúncias de furto de energia elétrica, onde foram averiguadas as possíveis irregularidades da fiação encontrada no loteamento. Outro objetivo foi recolher mais contratos e notas promissórias pertinentes, para contribuir com a investigação.

Martírio de homem de 82 anos

As investigações da polícia começaram quando um homem de 82 anos procurou a delegacia para relatar as ameaças que recebia do acusado. “Ele informou que estava sofrendo um martírio constante por parte do suspeito, que o ameaçava, no intuito de expulsá-lo de sua moradia. A vítima ainda disse que era um dos únicos moradores que ainda permanecia lá, porque o estelionatário tinha interesse em sua aposentadoria, mas quando percebeu que não conseguiria iniciou as intimidações”, revela.

O preso na manhã desta sexta-feira chegou a cortar a energia elétrica e a água, além de delimitar o espaço onde o idoso poderia transitar no loteamento. Se não bastasse as ameaças, durante as investigações, as vítimas revelaram aos agentes que o investigado possuía “capangas” armados, que atuavam como guarda-costas nos acertos de contas com os compradores.

O estelionatário havia realizado mais de 170 contratos de compra e vendas dos lotes com a assessoria de um escritório de contabilidade do Centro da cidade.

Investigado é acusado em cerca de 30 ocorrências policiais

A delegada salienta que além das fraudes cometidas e suspeitas de furto de energia, o indivíduo é conhecido na localidade por ser um homem agressivo. “Ele costuma resolver os conflitos com violência, utilizando de armas de fogo. Há quase 30 registros policiais em que ele é suspeito de praticar os mais diversos crimes no município.”

Entre os delitos estão os de disparo de arma de fogo, lesão corporal, ameaça, vias de fato, apropriação indébita, exercício arbitrário das próprias razões, coação no curso do processo, perturbação da tranquilidade, dano e crimes contra o meio ambiente.

Há também uma investigação em andamento sobre uma agressão, com uso de relho, no filho de seis anos de um dos moradores da região. “Há também relatos de exploração de trabalho infantil em que o indivíduo se utilizaria da mão de obra dos menores.” Após perceber o monitoramento feito pela Polícia Civil na região, o homem fechou as vias de acesso às propriedades com caminhão e tratadores, além de cercar o acesso com arames e tábuas, o que dificultou o tráfego.


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