Fazendas do barão da droga brasileiro Cabeça Branca são confiscadas no Paraguai

Fazendas do barão da droga brasileiro Cabeça Branca são confiscadas no Paraguai

Narcotraficantes encontra-se recolhido desde julho de 2017 em uma penitenciária federal no Brasil

Correio do Povo

Propriedades rurais totalizam 12.491 hectares e foram avaliadas em 19 milhões de dólares

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Cinco fazendas do barão da droga brasileiro conhecido como Cabeça Branca foram confiscados judicialmente pelas autoridades paraguaias em uma ação integrada da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), Ministério Público e Força-Tarefa Conjunta. A operação Spectrum teve como alvo duas propriedades em Yby Yaú; uma em Paso Barreto; uma em Azotey, e uma em Bella Vista Norte. As propriedade rurais totalizam 12.491 hectares e foram avaliadas em 19 milhões de dólares.

Já na última segunda-feira, um dos sócios de Cabeça Branca foi preso em uma mansão de um condomínio de luxo na cidade de Dourados, no Mato Grosso. A prisão ocorreu durante cumprimento de mandado de busca e apreensão da operação Chacal, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado com apoio do Setor de Investigações Gerais da Polícia Civil.

Cabeça Branca encontra-se recolhido em uma penitenciária federal brasileira desde que foi capturado pela Polícia Federal em 1º de julho de 2017 na cidade de Sorriso, no Mato Grosso. Na ocasião, a PF apurou que o patrimônio do criminoso ficaria em torno de 100 milhões de dólares entre fazendas, casas, aeronaves, contas bancárias em paraísos financeiros, imóveis e veículos de luxo. Ele era então um dos traficantes mais procurados há cerca de 30 anos pela Polícia Federal e Interpol na América do Sul.

No dia 8 de julho de 2010, uma reportagem do Correio do Povo, intitulada “Cabeça Branca, novo alvo da Polícia Federal e Senad”, já relatava a caçada ao barão da droga na região da fronteira. O narcotraficante manteve-se foragido graças às cirurgias plásticas que fez em seu rosto, com o objetivo de não ser identificado, além de usar nomes falsos.

Com condenações na época que somavam mais de 50 anos de prisão, Cabeça Branca foi apontado como líder de uma organização transnacional especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, sendo considerado um dos principais fornecedores de cocaína para as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). Ele introduzia cerca de cinco toneladas da cocaína por mês em território nacional com destino final aos estados e até ao exterior.

O grupo criminoso de Cabeça Branca operava como uma estrutura empresarial, controlando e agindo desde a área de produção em regiões inóspitas e de selva em países como a Bolívia, Peru e Colômbia, até a logística de transporte, distribuição e manutenção de entrepostos no Paraguai e no Brasil. A organização fixou-se também em áreas estratégicas próximas aos principais portos brasileiros e grandes centros de consumo, dedicando-se à exportação de cocaína para Europa e Estados Unidos.

A cocaína trazida ao Brasil em aviões de pequeno porte que partiam dos países produtores Colômbia, Peru e Bolívia, utilizando-se do espaço aéreo venezuelano com destino para fazendas na fronteira entre os estados do Pará e Mato Grosso. Depois de descarregada dos aviões do narcotráfico, a droga era colocada em caminhões e carretas, com fundos falsos especialmente preparados para o transporte da droga, cujo destino era o Interior de São Paulo e ao porto de Santos (SP), de onde era exportada para Europa ou Estados Unidos.


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