Força-tarefa que investigará rede de apoio a Lázaro Barbosa ficará em Goiás por tempo indeterminado

Força-tarefa que investigará rede de apoio a Lázaro Barbosa ficará em Goiás por tempo indeterminado

Polícia Civil tentará esclarecer, entre outras coisas, a origem de R$ 4,4 mil encontrados com o criminoso

R7

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A captura e morte de Lázaro Barbosa, criminoso que estava foragido há 20 dias em Goiás, marcou o encerramento o trabalho intensivo da polícia na região de Águas Lindas de Goiás. Como anunciado nessa segunda-feira pelo secretário estadual de Segurança Pública goiano, Rodney Miranda, agora é a vez da ação investigativa da Polícia Civil. Exatamente por isso a força-tarefa da Corporação ficará no município por tempo indeterminado. O próximo passo é descobrir quem faz parte da suposta rede de apoio que teria acobertado Lázaro nas últimas semanas.  

Entre as dúvidas que precisam ser esclarecidas está a origem dos R$ 4,4 mil encontrados pela polícia na mochila de Lázaro logo após o confronto. A Record TV apurou um dos integrantes deste grupo é uma pessoa, também foragida e já identificada, que receberia o fugitivo em Brasília, para onde ele disse à ex-mulher que pretendia seguir. 

Também nao foi divulgado pelos órgãos de segurança qual seria a atuação do fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 74 anos, preso na quinta-feira (24) sob suspeita de facilitar a fuga de Lázaro, que teria passado cinco dias na chácara dele. "Acredito que pela quantidade de provas que temos contra ele, ele vai ficar no nosso presídio de segurança máxima", disse o secretário de Segurança sobre o fazendeiro.

Segundo Miranda, o valor em dinheiro encontrado com Lázaro indica a presença de apoio. "Hoje ele foi pego com R$ 4,4 mil no bolso, uma pistola e um revólver. Um cara que tá  no mato sem apoio não consegue isso", afirmou Miranda em entrevista à Record TV. "O cerco não era só para um elemento, é para uma quadrilha que estava sendo desbaratada."

Trajetória 

Desde o primeiro crime cometido por Lázaro Barbosa de que se tem notícia, em 2007, o homem conhecido como "serial killer do Distrito Federal" já fugiu três vezes da prisão e cometeu ao menos dez crimes. Ele nasceu na cidade baiana de Barra do Mendes, a 530 quilômetros de Salvador. 

As fugas ocorreram em penitenciárias de Goiás, Bahia e no Distrito Federal. Já a extensa lista de delitos contém casos de homicídio a triplo homicídio, estupros, tentativa de latrocínio, porte ilegal de arma de fogo, furto e roubos.

Primeiros delitos 

O primeiro delito conhecido de Lázaro Barbosa ocorreu em 2007, quando foi preso por cometer duplo homicídio, mas fugiu pouco depois da prisão. Em 2009, em Brasília, ele foi preso no Complexo Penitenciário da Papuda por estupro, roubo e porte ilegal de arma de fogo. Lá, psicólogos emitiram um laudo apontando que ele era detentor de conduta agressiva e impulsiva, além de instabilidade emocional. Dois anos após progredir para o regime semiaberto, ele fugiu em 2016 da prisão.

Em 2018, o serial killer voltou a ser preso em Águas Lindas (GO), novamente por estupro, roubo e porte ilegal de arma. Meses depois, fugiu pela terceira vez.

Notoriedade nacional 

No ano passado, ele invadiu uma chácara em Santo Antônio do Descoberto, agrediu um idoso com um machado e foi indiciado por roubo qualificado pela restrição de liberdade das vítimas, emprego de arma e tentativa de latrocínio; a vítima perdeu parcialmente a visão. Foi em abril de 2021, porém, que começou a sequência de crimes que fizeram Lázaro Barbosa chamar a atenção de todo o país.

No dia 27 daquele mês, em Cocalzinho (GO), se aproximou da janela de uma fazenda e atirou dois moradores dentro da propriedade. Em 18 de maio, entrou em uma chácara de Ceilândia (DF), obrigou todos os moradores a ficarem nus, prendeu os homens em um quarto e coagiu as mulheres a cozinharem para ele. Duas semanas depois, invadiu outra chácara na cidade e roubou os moradores.

Invasões e morte

Em junho, ele voltou a matar: no dia 4, invadiu uma chácara de Cocalzinho e matou o proprietário a tiros. Cinco dias depois, agora em uma chácara de Ceilândia, manteve o caseiro e a família reféns, matou a tiros e facadas o pai e os dois filhos; na sequência, sequestrou a mulher, a levou para um rio, onde a torturou, estuprou e matou.

No dia 10, invadiu mais uma propriedade e roubou os moradores com uma arma de fogo. Um dia depois, novamente em Cocalzinho, outra invasão a uma propriedade rural, que terminou com disparos contra o morador do local.

Ainda em Cocalzinho, foram várias invasões no dia 12: primeiro, invadiu uma chácara e ameaçou os reféns; estes, porém, foram obrigados a usar drogas e Lázaro não os matou. Logo depois, ele foi para outra propriedade, onde manteve como reféns uma mulher, uma criança e quatro homens. Três deles foram alvejados por Lázaro, que atirou também contra os policiais e fugiu. Ele ainda teve tempo de passar por outra chácara, atirar no morador da propriedade e fugir.

No dia 13, o serial killer furtou um veículo, o abandonou na BR-070 e ateou fogo no automóvel quando avistou uma barreira policial. No dia seguinte, quando invadia uma chácara, o caseiro percebeu sua chegada, atirou contra ele e o obrigou a fugir.


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