Foragido gaúcho é preso no Uruguai

Foragido gaúcho é preso no Uruguai

Caçada durou 11 anos e contou com o trabalho de policiais civis gaúchos e de autoridades do país vizinho

Correio do Povo

Plantação de maconha foi encontrada durante a operação que capturou criminoso

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A prisão no Uruguai de um criminosos gaúcho que estava há 11 anos na lista dos mais procurados do Rio Grande do Sul, Igor Machado, 47 anos, contou com o trabalho da Delegacia de Capturas (Decap) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil e com o intercâmbio de informações entre as polícias do Brasil, Uruguai e Paraguai. A insistência na busca pelo paradeiro do foragido também foi fundamental junto com a atuação das autoridades uruguaias.

Em 2018, o titular da Decap, delegado Arthur Raldi encaminhou o pedido de inclusão do assaltante de banco e de carro forte, envolvido nos últimos anos com o narcotráfico, ao sistema de alerta da Difusão Vermelha da Interpol. Até o nome falso que o foragido usava desde a fuga do regime semiaberto, em 2009, foi repassado aos policiais dos países vizinhos e da Interpol, após diligências realizadas pelos policiais civis gaúchos na capital do Paraguai. “Em março deste ano, ele entrou no Uruguai e os passos dele começaram a ser monitorados no país vizinho”, lembrou.

Igor Machado foi preso na última quarta-feira em uma residência em Ciudad de la Costa, próximo do aeroporto de Carrasco, no Departamento de Canelones, na região metropolitana de Montevidéu, no Uruguai. A ação foi realizada por agentes da Dirección General de Lucha Contra el Crimen Organizado e Interpol. O filho dele, de 21 anos, também foi detido.

Houve a apreensão ainda de cerca de 500 pés de maconha, totalizando 120 quilos de droga, em um laboratório clandestino de cultivo. Quatro quilos de botões da planta e ainda haxixe, junto com equipamentos, aparelhos de ar-condicionado, estufas, fertilizantes, fungicidas e insumos, foram também recolhidos. Um revólver e uma pistola de ar comprimido também foram localizados, bem como documentos falsos usados pelo criminoso gaúcho que deve ser agora extraditado. A Embaixada do Brasil no Uruguai já foi comunicada.

O ministro do Interior do Uruguai, Jorge Larrañaga, realizou uma entrevista coletiva à imprensa uruguaia e repassou detalhes da operação. Ele destacou o trabalho de inteligência da Policía Nacional e Dirección General de Lucha Contra el Crimen Organizado de Interpol. “É um criminoso muito perigoso, que foi um dos primeiros a realizar ataques a bancos no Brasil com metralhadoras de alto calibre e depois fugiu", declarou.

O delegado Artur Raldi salientou a integração entre as instituições policiais, inclusive com as autoridades dos países da região, e ressaltou “a comunhão de informações e trabalhado compartilhado”. Conforme o titular da Decap, Igor Machado vivia no Paraguai antes de viajar para o Uruguai. “A última vez que havia sido preso foi pela própria Decap em março de 2009 em Florianópolis, em Santa Catarina”, lembrou. “Um mês depois, a Justiça determinou que em 48 horas fosse removido da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) para Instituto Penal de Charqueadas, onde já fugido anteriormente. No mesmo dia em que foi para o regime semiaberto, ele fugiu”, recordou.

Arthur Raldi relatou que as buscas ao criminoso nunca pararam e, por isso, foi possível descobrir que ele estava no Paraguai com nome falso. “Fomos atrás dele no Paraguai, começando por Ciudad de Este e depois Assunção. Verificamos que ele estava radicado no Paraguai, mas não encontramos ele”, contou. Em território paraguaio, Igor Machado manteve contatos até com o barão da droga conhecido como Pavão. “Ele esteve por Santa Catarina há muto tempo atrás, muitos antes do Paraguai. Foi em SC que deve ter provavelmente conhecido Pavão”, comentou.

O criminoso tinha mandado de prisão devido à sentença condenatória por roubo a banco entre as décadas de 1990 e 2000 no Rio Grande do Sul. “Era um ladrão conhecido de bancos na época e pioneiro no uso de arma de grosso calibre para roubar carro-forte”, apontou o delegado Arthur Raldi. O foragido também foi um dos pioneiros no emprego de explosivos contra o transporte de valores nas rodovias na época. Depois, o criminoso ingressaria no narcotráfico.

 


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