Governo da Colômbia pede perdão por abuso policial mas protestos seguem

Governo da Colômbia pede perdão por abuso policial mas protestos seguem

Pelo menos 13 pessoas morreram em embates contra forças públicas de segurança

AFP

Atos contra abusos policiais tomaram as ruas do país vizinho

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O governo da Colômbia pediu perdão nesta sexta-feira pela violência policial que matou um homem na semana que se encerra. Apesar disso, não conseguiu frear protestos que, em dois dias, já deixaram 13 mortos, a maioria supostamente baleados em confrontos com forças públicas.

"Estou farto do abuso da polícia. Temos que mostrar que o povo está furioso, embora eu veja policiais e sinta medo", declarou o músico Camilo Medina, 20, que voltou a protestar nas ruas. Menos cheias que nos dias anteriores, as manifestações avançavam pelo terceiro dia consecutivo em Bogotá e Medellín, entre outras cidades, com choques esporádicos entre manifestantes e policiais.

Em uma tentativa de aplacar os protestos, o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, pediu perdão público, em nome da polícia, por um caso de brutalidade policial que custou a vida de um homem. Acompanhado dos comandos policiais, o ministro manifestou sua "dor e indignação" pela morte de Javier Ordóñez, 43 anos, em um bairro do oeste de Bogotá nesta quarta-feira.

"A Polícia Nacional pede perdão por qualquer violação da lei, ou desconhecimento das normas, em que tenha incorrido qualquer um dos membros da instituição", declarou o ministro. A polícia colombiana responde à pasta da Defesa.

A defesa da vítima afirma que os policiais "massacraram" Ordóñez a golpes, no posto policial para onde ele foi levado. Lá, foi submetido a repetidos choques com uma arma elétrica. "Tenho as fotos de como a vítima ficou (...) Javier foi massacrado. Cometeu-se um crime de homicídio agravado e um delito de tortura pelo menos, um abuso de autoridade", declarou o advogado Vadith Gómez à Blu Rádio.

O certificado de óbito não foi revelado, mas veículos da imprensa local disseram ter dito a informações que confirma a declaração do advogado da defesa. Enquanto avança a investigação penal na Procuradoria, a polícia abriu um processo interno contra dois agentes "pelo suposto delito de abuso de autoridade e de homicídio", acrescentou Holmes Trujillo. Também "decidiu-se suspender outros cinco policiais", completou.

A morte de Ordóñez, um engenheiro que estava perto de concluir seus estudos de Direito, deflagrou violentos protestos contra a violência policial que deixaram 11 mortos, além de desencadear uma onda de ataques contra postos de polícia em Bogotá.

Iniciados na quarta-feira, os protestos ontem se espalharam para outras cidades, como Cali e Medellín, onde também houve fortes confrontos entre manifestantes e policiais.


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