Hackers que aplicavam golpes em diversos estados são presos pela Polícia Civil em Canoas

Hackers que aplicavam golpes em diversos estados são presos pela Polícia Civil em Canoas

Grupo negociava CPFs sem restrições de crédito para abertura de contas e movimentações fraudulentas

Cláudio Isaías

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Hackers que aplicavam golpes em diversos estados foram presos no sábado pela Polícia Civil em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, com apoio da equipe da 4ª DP Canoas, coordenados pelo delegado Rafael Pereira, após um mês de investigação executaram operação contra um grupo de golpistas na internet. Na ação foram cumpridos dois mandados de busca para combater o crime de estelionato praticados por hackers sediados em Canoas. Os crimes ocorriam na Região Metropolitana de Porto Alegre e em outras cidades.

Durante o cumprimento foram apreendidas diversos materiais fruto das ações criminosas, como calçados adquiridos via internet de modo fraudulento, por golpes. Os policiais civis encontraram duas centrais com computadores profissionais. Os materiais foram apreendidos, além de dinheiro, ouro, relógios de luxo, telefones celulares e dinheiro. Três pessoas foram presas em flagrante delito por crime de receptação, entre eles o líder do grupo criminoso.

Os golpes eram todos aplicados por meio virtual, onde em grupos de golpistas negociavam CPFs sem restrições de crédito para abertura de contas e movimentações fraudulentas. Em uma das modalidades do golpe, os criminosos conseguiam os dados pessoais de uma vítima: faziam um empréstimo no nome dessa pessoa, sem ela saber, e redirecionavam o dinheiro para contas de possíveis “laranjas”. Depois, quando não ocorria o pagamento do empréstimo a financeira eles cobravam da vítima. Ocorre que a partir deste momento não dava tempo para recuperar o dinheiro, sendo a financeira e a pessoa vítimas do golpe do grupo criminoso. 

Os criminosos atuavam em diversos estados, partindo sempre da cidade de Canoas e aplicando golpes em várias vítimas do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Bahia. O delegado Rafael Pereira informou que o grupo criminoso montou seu “QG” num apartamento classe A no centro de Canoas, ostentando vida de Luxo, identificando-se para os vizinhos como investidores do mercado de capitais e empresários.  O delegado disse que o líder do grupo afirmou viver de golpes há dez anos. As investigações continuam para identificar outros integrantes da quadrilha. 

Segundo o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mário Souza, a ação contra estelionatos e golpes via internet são muito relevantes, uma vez que os crimes fraudam e prejudicam inúmeras vítimas que sequer entendem como agem os golpistas, percebendo apenas pelos saques e transferência de valores de suas contas. "Na pandemia, os golpes na internet aumentaram e a população deve ficar atenta ao não fornecer senhas por telefone ou aplicativo de mensagem para ninguém, não fornecendo dados, não ligando de volta para nenhum número que tenha lhe ligado para pedir alguma confirmação", ressaltou. As três pessoas foram presas em flagrante e já estão a disposição da Justiça para responderem pelos crimes praticados. 

 

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