Inquérito sobre duplo homicídio em bar de Jaboticaba é concluído pela Polícia Civil

Inquérito sobre duplo homicídio em bar de Jaboticaba é concluído pela Polícia Civil

Uma das vítimas foi o comissário Fabiano Ribeiro Menezes, ao tentar prender o atirador que estava com um cúmplice

Correio do Povo

Câmeras de monitoramento registraram o crime

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A Polícia Civil de Jaboticaba finalizou nesta sexta-feira o inquérito policial que apurou as circunstâncias do duplo homicídio ocorrido no dia 16 deste mês na cidade. O comissário Fabiano Ribeiro Menezes, 51 anos, foi morto a tiros ao tentar prender um indivíduo que matou um homem, de 53 anos, no interior de um bar.

A investigação foi conduzida pelo delegado Gustavo Fleury. Segundo ele, o autor dos disparos, de 30 anos, preso logo após o crime, permaneceu em silêncio durante o interrogatório. Já um cúmplice, de 44 anos, que estava junto no momento do crime, encontra-se foragido até o momento e está com a prisão preventiva decretada. “Foi possível, por meio das câmeras de videomonitoramento do local e demais diligências, verificar a conduta de cada indiciado, reconstituindo todos os eventos ocorridos na data do crime”, observou.

Segundo o delegado Gustavo Fleury, o foragido e o homem assassinado no bar já “possuíam desavenças em razão das últimas eleições municipais ocorridas no município vizinho de Boa Vista das Missões, onde apoiaram candidatos de partidos políticos adversários”.

“Essa desavença pré existente, somada a uma nova discussão política ocorrida durante a tarde na parte externa do bar, ensejou a busca por uma arma de fogo visando à prática do homicídio”, relatou. Por ser atirador desportivo, inclusive com registro de caçador, atirador e colecionador junto ao Exército Brasileiro, o amigo do foragido foi "o executor da ação em razão da sua expertise no manuseio de armas de fogo”, acrescentou.

De acordo com o delegado Gustavo Fleury, o trabalho investigativo constatou que a arma usada no crime pertenceria ao foragido e foi por ele alcançada para que o atirador cometesse o crime. A análise das câmeras do local, aliadas aos depoimentos coletados apontou que a dupla chegou junta no bar e sabia que o policial civil estava no estabelecimento naquele momento.

O foragido fica perto do agente e assiste a execução da primeira vítima que estava em uma mesa. “Em seguida atua decisivamente no homicídio do comissário Fabiano Ribeiro de Menezes, dificultando a ação do agente policial, contribuindo de forma relevante para a sua morte”, avaliou o delegado Gustavo Fleury.

Os envolvidos no crime foram indiciados pela prática de dois crimes de homicídio triplamente qualificado, além do indiciamento pelo porte ilegal de arma de fogo equiparada à de uso restrito. As qualificadoras do atirador são: motivo torpe (desavença política); meio que possa resultar perigo comum (disparos em um ambiente lotado de pessoas) e recurso que dificultou a defesa da vítima (disparo de inopino). Já as qualificadoras do foragido são: meio que possa resultar perigo comum; para assegurar a impunidade em relação a outro crime (homicídio da primeira vítima) e por ser praticado contra agente de segurança (condição de policial civil da ativa). O inquérito está sendo enviado para a Justiça.


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