Julgamento de ex-policial militar acusado de matar boxeador ocorre hoje em Porto Alegre

Julgamento de ex-policial militar acusado de matar boxeador ocorre hoje em Porto Alegre

Réu responde por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe

Correio do Povo

Familiares da vítima esperando o julgamento

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A 1ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre começou na manhã desta quinta-feira o julgamento do ex-policial militar, de 38 anos, acusado de matar o então campeão sul-americano de boxe na categoria 75, Tairone Luis Silveira da Silva, 17 anos, no dia 11 de março de 2011 em Osório, no Litoral Norte. A sessão do júri é presidida pela Juíza de Direito Taís Culau de Barros.

“A previsão é de um julgamento tranquilo. Existem três testemunhas para serem ouvidas por parte da acusação e três testemunhas por parte da defesa. Não temos como precisar ainda se o julgamento acaba no dia de hoje. Tudo vai depender da oitiva das testemunhas. Se até a metade da tarde nós terminarmos as oitivas de todas testemunhas o julgamento termina ainda hoje. Caso contrário, faremos uma suspensão e os debates ficarão para amanhã”, afirmou a magistrada antes do início. Na frente do Foro Central foram colocados cartazes pela família da vítima. Os advogados de defesa não quiseram manifestar-se.

Na acusação está o Promotor de Justiça Eugênio Paes Amorim. “O acusado apresenta aspectos de perturbação de personalidade. O motivo do crime é atribuído à inveja por conta do menino negro ser campeão de boxe e ter relacionamento com outros meninos que incomodavam o acusado que residia nas proximidades. O crime é grave e a prova é cabal”, declarou. “A prova é tranquila e uma absolvição seria um absurdo”, acrescentou.

O réu está sendo acusado de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. Eugênio Paes Amorim avaliou que a transferência do julgamento de Osório para Porto Alegre foi “um desrespeito àquela comunidade”. O ex-policial militar permaneceu preso por quase dois anos até ser solto em fevereiro de 2013. O crime teria ocorrido durante uma discussão.

O Promotor de Justiça Fernando Andrade Alves, da Comarca de Osório, também participa do julgamento. “Nossa ideia é que o julgamento fosse em Osório”, recordou, observando que uma sessão começou em abril na cidade, mas acabou suspensa em seguida por uma ação da defesa. “A prova é cabal de um fato estúpido e gravíssimo. Queremos terminar esse processo o quanto antes”, frisou.

A família da vítima também recebeu apoio do advogado Carlos Eduardo Fogaça Lisboa, que prontificou-se a atuar sem qualquer custo. “Quem é de Osório sabe o que estão passando...eu conhecia também a vítima”, explicou. “Se ele não tivesse sido morto certamente seria um campeão e estaria com alguma medalha nas Olimpíadas”, desabafou.

Muito emocionado, o pai do atleta assassinado, Carlos Alberto Silveira da Silva, 54 anos, estava acompanhado de familiares e amigos do jovem que vieram de Osório. “Estamos esperando por justiça. Aqui terá de ser resolvido. Estamos há oito anos aguardando”, disse. “Meu filho foi morto por ciúme..o menino estava se destacando….”, resumiu.


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