Julgamento de homem acusado de matar esposa começa em Canoas

Julgamento de homem acusado de matar esposa começa em Canoas

Caso ocorreu em setembro de 2016

Correio do Povo

Carro da família na época do crime

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O julgamento do homem acusado de matar a esposa, em uma simulação de um assalto, começou na manhã desta terça-feira em Canoas, na região Metropolitana. O marido da corretora de seguros Andressa Reinaldo Ellwanger Friedrich, 25 anos, assassinada na madrugada de 18 de setembro de 2016, está sendo submetido a júri popular junto com um funcionário dele, suspeito de ser encarregado de executar a vítima. A sessão é presidida pela Juíza de Direito Betina Mostardeiro Mühle de Constantino, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Canoas. A previsão é de que dure até três dias. Houve a convocação de 14 testemunhas, das quais cinco pela acusação e nove pelas defesas.

Os réus, que encontram-se recolhidos no sistema prisional, respondem por homicídio qualificado (feminicídio, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima). Na acusação atua o Promotor Rafael Russomano. Conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o marido da vítima não aceitava a possibilidade de separação, o que implicaria na divisão de bens que ele ganhara em herança com a esposa. 

Ele, então, teria tramado a morte dela com um empregado mediante promessa de pagamento. Fingindo ser um assaltante, o funcionário teria aguardado a chegada do casal com a filha pequena, de um ano e meio de idade, na residência da família, localizada na Travessa B, perto da estrada do Nazário, no bairro Olaria. O casal retornava de uma janta em um piquete no Acampamento Farroupilha, no Parque da Harmonia, em Porto Alegre.

Um Chevrolet Cobalt LTZ 1.8, de cor branca, era dirigido pelo marido da vítima. O portão estava se fechando quando surgiu o suposto ladrão, de rosto coberto e de boné, armado com uma pistola calibre 380. Estranhamente, o criminoso pediu para o esposo ficar com a criança e se afastar, ordenando, então, que a vítima retirasse o veículo. Quando ela saiu do carro, disparou um tiro na cabeça, sem que ela tivesse esboçado uma reação. 

Na frente da vizinhança, o marido pediu socorro à mulher, enfatizando que foram atacados por um assaltante. Ela morreu durante atendimento médico no Hospital Nossa Senhora das Graças. O Cobalt foi encontrado abandonado pela manhã pela Brigada Militar na Travessa do Patronato, no bairro Novo Horizonte, em Sapucaia do Sul. O carro estava intacto, inclusive com a bolsa da jovem e um chapéu de gaúcho.

A Polícia Civil investigou inicialmente o crime como se fosse um latrocínio, mas logo em seguida descartou a hipótese e apurou que o caso se tratava de um homicídio. O corpo da corretora de seguros foi depois sepultado no Cemitério Parque Memorial da Colina, em Cachoeirinha. Familiares, amigos e colegas dela compareceram à despedida fúnebre. Todos recordavam que o casal era muito unido e cultivava as tradições gaúchas. O aniversário de dois anos da filha estava sendo inclusive planejado à época. 


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