Justiça determina afastamento do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro

Justiça determina afastamento do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro

Mandatário teve prisão temporária decretada nesta terça sob suspeita de pertencer a organização criminosa

Estadão Conteúdo

Grupo teria criado sistema para embaraçar investigações policiais

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O desembargador Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), decretou o afastamento por 30 dias do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, no âmbito da Operação " Chabu", deflagrada pela Polícia Federal. Até recentemente filiado ao MDB, Loureiro foi preso nesta terça-feira por ordem de Paulsen, sob suspeita de ter sido beneficiário, ao lado de outros políticos e empresários, de informações secretas repassadas por um grupo de policiais da área de inteligência da própria PF e também da Polícia Rodoviária Federal.

A prisão de Loureiro foi decretada em regime temporário por cinco dias. O afastamento das funções de prefeito começa a valer "a contar do início da sua prisão". O desembargador impôs outra restrição ao prefeito - ele fica proibido de manter contato, "por qualquer forma, presencial, telefônica, telemática, etc, pessoalmente ou mediante interposta pessoa, com os demais envolvidos na investigação". Entre os alvos da " Chabu" com os quais Loureiro não poderá se comunicar, citados pelo magistrado, estão o delegado da PF Fernando Caieron e o ex-secretário da Casa Civil, Luciano Veloso Lima.

A Operação Chabu investiga organização que violava sigilo de operações policiais em Santa Catarina. O grupo contava com uma rede de políticos, empresários e agentes da PF e da PRF. O grupo também contrabandeava equipamentos de contra inteligência.

Além do prefeito, são alvos da investigação o delegado da PF Fernando Amaro de Moraes Caieron e outras cinco pessoas. Desde cedo nas ruas, agentes da PF cumpriram ao todo 30 mandados, sendo 23 de busca e apreensão e sete de prisão temporária. Os crimes foram descobertos a partir da análise dos materiais apreendidos na Operação Eclipse, deflagrada em agosto de 2018.

Segundo a PF, o grupo "embaraçava investigações policiais em curso e protegia o núcleo político em troca de vantagens financeiras e políticas". A investigação apurou ainda que a quadrilha vazava sistematicamente informações sobre operações policiais que ainda seriam deflagradas e também contrabandeava equipamentos de contra inteligência para montar "salas seguras", à prova de monitoramento, em órgãos públicos e empresas.

A PF investiga associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa e tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa.

Em nota, a prefeitura de Florianópolis informou que Gean Loureiro concordou em prestar todas as informações e comparecer à PF para depor. "As informações preliminares dão conta de que não há nenhum ato ou desvio de recursos públicos relacionados à prefeitura", afirma a assessoria de Loureiro.


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