Justiça prorroga prisão de índios investigados por mortes em Faxinalzinho

Justiça prorroga prisão de índios investigados por mortes em Faxinalzinho

Delegado afirmou que ainda depende de laudos para concluir inquérito do homicídio de fazendeiros

Eduardo Paganella / Correio do Povo

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A Justiça Federal de Erechim atendeu a um pedido da Polícia Federal e prorrogou, por mais 30 dias, a prisão temporária de cinco índios detidos como suspeitos de participar da morte de dois agricultores no município de Faxinalzinho, no Norte gaúcho, no fim de abril. O inquérito também foi prorrogado pelo delegado da Polícia Federal de Passo Fundo Mário Luiz Vieira. Ele explicou que ainda precisa de laudos complementares para concluir a investigação. “Estamos aguardando resultados de perícias para determinar algumas questões. Por isso é necessária a prorrogação do inquérito e das prisões”, disse Vieira.

Além dos cinco índios que estão presos, outros três mandados de prisão devem ser executados nos próximos dias. O delegado afirmou ainda que, assim que capturar os outros índios envolvidos, vai solicitar a prisão preventiva dos oito. Conforme Vieira, o número de envolvidos nas mortes pode ser maior, chegando a até 20 pessoas. “Oito nós identificamos. Mas acreditamos que o número seja maior e chegue a até 20 indígenas”.

Os agricultores Alcemar Souza, de 41 anos, e Anderson Souza, de 26 anos, foram mortos em 28 de abril ao tentar furar uma barreira indígena feita em uma estrada vicinal de Faxinalzinho. Os índios faziam uma manifestação pedindo agilidade para o impasse que envolve a demarcação de terras no município. Os agricultores foram mortos a tiros, pedradas e pauladas. O laudo da necropsia apontou, ainda, que Alcemar foi atingido por uma lança. A arma entrou pelas costas e atravessou o corpo da vítima.

O delegado estima que os foragidos estejam escondidos nas próprias reservas, no entorno de Faxinalzinho. A PF apreendeu enterrados, no fim de maio, uma espingarda e um espeto que podem ter sido utilizados no crime. Dois carros utilizados no deslocamento dos índios também foram recolhidos.

Desde o confronto, o Ministério da Justiça ainda não resolveu o impasse que envolve as demarcações de terra em Faxinalzinho. Uma comitiva deve ser enviada ao Rio Grande do Sul até o fim da semana.

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