Laboratório do Instituto-Geral de Perícias identifica droga inédita e de maior risco à saúde

Laboratório do Instituto-Geral de Perícias identifica droga inédita e de maior risco à saúde

Ela é semelhante na apresentação ao LSD, mas tem efeito parecido com o da maconha

Correio do Povo

A apreensão ocorreu no dia 27 de janeiro deste ano em Porto Alegre

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Uma droga com efeito semelhante à maconha, comercializada sob a forma de um pequeno selo de papel, foi identificada pela primeira vez no Rio Grande do Sul. A façanha coube ao Departamento de Perícias Laboratoriais do Instituto-Geral de Perícias. Trata-se da 5F-MDMB-PICA, um canabinoide sintético, produzido artificialmente. Conforme o IGP, ele provoca efeitos semelhantes aos da maconha, mas com um agravante: a diferença entre a dose recreativa e a tóxica é pequena, o que traz mais riscos à saúde do usuário.

A substância faz parte de um grupo de drogas conhecido como K4: canabinoides sintéticos produzidos em laboratório. "A molécula da 5F-MDMB-PICA tem o formato semelhante à da maconha, por isso, quando o usuário ingere o selo, ele se liga aos mesmos receptores do cérebro, causando efeitos semelhantes ao da cannabis sativa" explicou a chefe da Divisão de Química Forense do IGP, Lara Soccol Gris.

A apreensão ocorreu no dia 27 de janeiro deste ano em Porto Alegre. Um indivíduo foi preso com uma mochila onde estavam 36 selos, semelhantes ao LSD. A identificação da droga é fundamental para enquadrar criminalmente os indivíduos presos com a substância. A 5F-MDMB-PICA foi incluída no rol de substâncias proibidas no país em 24 de fevereiro de 2020.

“É importante que a nossa capacidade de detecção acompanhe o ritmo de produção dessas novas drogas para fornecer a prova pericial necessária para a investigação policial”, afirmou a perita criminal Bruna Gauer, que identificou a droga.

Já o diretor do Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP, Daniel Scolmeister, alertou para os riscos no consumo dessas substâncias, que normalmente são vendidas em um formato de selo. “Além de serem mais potentes que a maconha, os canabinoides sintéticos produzem efeitos cardiovasculares adversos mais severos e pronunciados", disse.

"Já existem na literatura internacional casos de intoxicação relatando estado mental alterado, aumento da ansiedade, euforia, perda de consciência e taquicardia significativa, o que pode levar à morte”, advertiu. “As pessoas podem pensar que por serem chamadas de maconha falsa (fake weed) essas substâncias têm os mesmos efeitos que a maconha comum, mas estão enganadas”, acrescentou.


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