Mãe de bebê jogado pela janela de ônibus em Panambi é indiciada pela Polícia Civil

Mãe de bebê jogado pela janela de ônibus em Panambi é indiciada pela Polícia Civil

Jovem vai responder por homicídio qualificado por motivo torpe, por emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima

Correio do Povo

Inquérito foi concluído pelo delegado Gustavo Fleury nesta sexta-feira

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A Polícia Civil finalizou na manhã desta sexta-feira o inquérito policial sobre o caso do bebê arremessado pela janela de um ônibus intermunicipal em Panambi. A investigação conduzida pelo delegado Gustavo Fleury apurou as circunstâncias do crime de homicídio qualificado na forma tentada contra a recém-nascida, ocorrido no dia 30 de junho passado. A mãe da criança, de 20 anos, foi identificada e presa preventivamente, sendo agora indiciada no inquérito com 211 páginas.

“Na conclusão das investigações foram constatadas evidências de que a jovem tinha plena consciência de seus atos e que seu propósito na data do crime era o de atentar contra a vida de sua filha recém-nascida, razão pela qual restou indiciada pela prática de crime de tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, por emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima”, explicou o delegado Gustavo Fleury.

“O laudo pericial de estado puerperal não apontou evidências de que a autora tivesse praticado o crime em razão de alterações físicas ou psíquicas”, observou. Após a detenção realizada pela Brigada Militar na casa de parentes no interior do município de Dezesseis de Novembro, a jovem foi encaminhada à perícia para verificar a possibilidade dela estar com alterações psíquicas em razão de possível estado puerperal no momento do crime. O exame foi realizado junto ao Departamento Médico-Legal do Instituto-Geral de Perícias, momentos antes de a autora ser encaminhada à Penitenciária Modulada de Ijuí.

O delegado Gustavo Fleury lembrou que a jovem “assumiu a autoria do delito, informando que o parto ocorreu dentro do coletivo em movimento e que arremessou a criança pela janela do banheiro após colocá-la dentro de uma sacola plástica”. Segundo ele, a mãe declarou que “escondeu a gravidez de seus familiares, que não sabia quem seria o pai do bebê e que não teria condições de criar a criança”.

Durante o inquérito, as investigações prosseguiram com “a oitiva de passageiros do ônibus, do motorista do coletivo, bem como de familiares da jovem, os quais, em seus depoimentos, trouxeram informações que ratificam a versão apresentada pela indiciada quando de seu interrogatório”, realizado em São Luiz Gonzaga.

“No celular da autora foram encontrados diálogos com amigos e familiares, contatos ocorridos durante a viagem e no dia seguinte ao fato. O teor dos diálogos também corrobora a versão apresentada pela jovem”, concluiu o delegado Gustavo Fleury. O inquérito está sendo encaminhado à Justiça. 

QUEDA

Imagens de uma câmera de monitoramento registraram o momento em que a vítima é jogada pela janela do banheiro de um ônibus, que fazia linha intermunicipal Porto Alegre-São Nicolau, quando trafegava ao amanhecer do dia 30 de junho pela avenida Presidente Kennedy. O bebê ficou caído no chão. Sem roupas, a criança teria permanecido no local por mais de 30 minutos no local, sendo resgatada pela Brigada Militar. A recém-nascida permanece internada em estado grave na UTI Neonatal do Hospital Vida & Saúde de Santa Rosa, devido sobretudo aos ferimentos sofridos na queda.


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