Manifestantes protestam contra morte de menina de 8 anos no RJ

Manifestantes protestam contra morte de menina de 8 anos no RJ

Ágatha Félix estava em uma kombi com o avô quando foi baleada com um tiro de fuzil nas costas

R7

Protesto contra a morte da menina Ágatha Félix de 8 anos, na Estrada da Grota no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro

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Aos gritos de "Ágatha, presente" e cartazes nos quais se lê "Parem de matar nossos filhos", moradores de diversas favelas do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, protestam neste sábado (21), contra o assassinato de Ágatha Félix, de 8 anos, morta com um tiro de fuzil nas costas durante ação da Polícia Militar na comunidade da Fazendinha, também na zona norte da cidade.

Os manifestantes protestaram também contra as políticas do governador Wilson Witzel. Ágatha foi levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde passou por cirurgia de emergência. A garota, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada deste sábado (21). 

A manifestação começou por volta das 11h deste sábado (21) e teve a presença de dezenas de moradores das comunidades do Complexo do Alemão e de ativistas. "Estamos cansados de morrer, cansados de carregar minha gente no braço mortos pelo Estado do Rio de Janeiro", afirmou uma das mães que participava do ato. 

Moradores das comunidades colaram um cartaz com o nome de Ágatha Félix em um tanque da polícia pacificadora. "Esses caveirões carregam os nossos corpos. Olha a opressão de um carro pacificador que fica perto de onde Ágatha foi morta para impedir nossa manifestação", diz uma das manifestantes. 

Os moradores bateram palmas durante três minutos em homenagem às crianças e adultos que morreram em ações envolvendo a polícia. "Isso se chama genocídio. Vamos parar com essa história de que favelado defende bandido. Não podemos nos calar."

De acordo com a Polícia Militar, policiais estavam em um dos acessos da comunidade quando foram surpreendidos por homens supostamente armados que teriam dispararam contras os agentes. Familiares de Ágatha negam as informações divulgadas pela polícia. Segundo eles, apenas um tiro foi ouvido contra a kombi em que ela estava com o avô. 

"Mataram uma garota inteligente, estudiosa, de futuro. Como está a família, os colegas do colégio?", disse o avô da criança. A coordenadoria da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) afirmou que vai apurar as circunstâncias da morte.


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