MP denuncia 13 integrantes de facção envolvida com narcotráfico e lavagem de dinheiro no RS

MP denuncia 13 integrantes de facção envolvida com narcotráfico e lavagem de dinheiro no RS

Investigação apontou que uma das empresas de fachada movimentou em um ano mais de R$ 34 milhões nas contas bancárias

Correio do Povo

Apuração é do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou 13 pessoas por integrarem organização criminosa que atua no narcotráfico e realiza lavagem de dinheiro por meio de um emaranhado de empresas, sobretudo postos de combustíveis, que movimentaram dezenas de milhões de reais. A investigação da denominada operação Complex é decorrência das operações Água e Magna Ópera, deflagradas em 2020, e que resultaram na prisão de um dos principais líderes de uma facção e na indisponibilidade de diversos imóveis e veículos. O trabalho investigativo foi realizado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)-Núcleo Lavagem de Dinheiro do MPRS.

Entre os bens identificados está uma fazenda situada no Mato Grosso do Sul, com 140 hectares, aproximadamente três vezes o tamanho do município de Porto Alegre. O imóvel, avaliado em R$ 42 milhões, conta com relevante estrutura, inclusive com pista para pouso de aeronaves.

Na primeira fase da operação, o MPRS cumpriu mandados de busca e apreensão e medidas constritivas de indisponibilidade de veículos e bloqueio de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas em Novo Hamburgo, Sapiranga e Bento Gonçalves,além de Itapema, em Santa Catarina. Uma pessoa foi presa por porte ilegal de munição.

Já na segunda etapa da ação, mandados de prisão, busca e apreensão e indisponibilidade de bens foram executados, sendo detido em Torres o principal operador do grupo criminoso, responsável por negociações visando à lavagem de dinheiro e à aquisição de grande quantidade de entorpecentes.

Outra ordem judicial foi cumprida contra o líder da facção, que já cumpria pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), de onde coordenava as atividades voltadas à lavagem de capitais e comandava negociações relativas ao tráfico de drogas. Na época foram decretadas ainda medidas constritivas de indisponibilidade de sete imóveis avaliados em dezenas de milhões de reais, incluindo fazendas no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso.

Em 30 de junho e 22 de julho de 2021, já haviam sido oferecidas duas denúncias, pela prática de delitos de associação ao tráfico e lavagem de dinheiro. Naquela ocasião, o MPRS apurou que apenas uma das empresas utilizadas pelo grupo criminoso movimentou em um ano mais de R$ 34 milhões em suas contas bancárias. 

Os diálogos captados demonstraram que o líder do grupo, mesmo recolhido ao sistema prisional, seguiu coordenando a atividade criminosa e trazendo expressiva quantidade de entorpecentes ao Rio Grande do Sul, bem como chefiava um complexo esquema de lavagem de dinheiro.


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