MP recorre contra prisão domiciliar de advogado que confessou assassinato

MP recorre contra prisão domiciliar de advogado que confessou assassinato

Enquanto recurso não for julgado, réu pode viver no mesmo prédio onde cometeu o crime

Bibiana Borba / Rádio Guaíba

Assassinato de síndico ocorreu em novembro do ano passado no bairro da Cidade Baixa

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O Ministério Público Estadual busca, em Brasília, nova decisão judicial para tentar reverter a prisão domiciliar do advogado que confessou ter assassinado o síndico do prédio onde residia, no Centro de Porto Alegre. A Procuradoria de Recursos do MP encaminhou pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) após, na semana passada, o Tribunal de Justiça do Estado ter decidido não analisar o recurso. Os desembargadores alegaram não existir contradição em relação ao habeas corpus parcial concedido ao réu.

Como não há qualquer previsão para julgamento do STJ, o advogado de 26 anos, segue, em tese, liberado para cumprir prisão domiciliar no mesmo prédio onde cometeu o crime, na rua Desembargador André da Rocha. Ele saiu do Presídio Central em 14 de julho, quando a Justiça acatou o argumento da defesa, sustentado pela OAB/RS, sobre a falta de uma “sala de Estado Maior” — local mais cômodo e separado de outros presos garantido aos advogados, quando ainda não condenados, por uma lei de 1994.

O MP pede que o réu seja transferido para um espaço do 4º Regimento de Polícia Montada da Brigada Militar (RPMon), normalmente usado para prisão de militares. Embora a BM afirme não ter estrutura adequada, o órgão garante que o próprio TJ já encaminhou ao menos dois presos na mesma situação ao local, no último ano.

O advogado confessou ter matado o síndico Oscar Vieira Guimarães Neto, de 61 anos, a facadas, em novembro de 2015. Ele foi flagrado pela polícia usando luvas cirúrgicas e com a arma do crime em mãos. Conforme a Polícia Civil, os dois tinham desavenças antigas iniciadas em uma reunião do condomínio.

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