MPF pede que Carrefour adote medidas concretas de combate ao racismo institucional

MPF pede que Carrefour adote medidas concretas de combate ao racismo institucional

Procuradores defendem criação de programas de capacitação e treinamento para seus empregados


Rádio Guaíba

João Alberto foi espancado até a morte no estacionamento do Carrefour, na zona Norte de Porto Alegre

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A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF), pede que o Carrefour adote, em todo o Brasil, medidas concretas para a introdução de políticas de direitos humanos em suas atividades. A solicitação foi publicada nessa sexta-feira, em uma carta aberta.

Os procuradores defendem que a empresa crie programas de capacitação, treinamento e qualificação para seus empregados na intenção de combater o racismo institucional e estrutural, além da discriminação racial na rede de hipermercados. Na visão do MPF, a medida também precisa ser imposta aos agentes terceirizados.

A sugestão acontece após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado até a morte por seguranças brancos na saída de uma unidade do Carrefour na Zona Norte de Porto Alegre. Ainda conforme a procuradoria, a companhia precisa “evitar a repetição de violações aos direitos humanos”.

Inquérito civil foi instaurado

Ainda na sexta-feira, o Ministério Público Federal instaurou um inquérito civil para apurar a fiscalização da Polícia Federal junto as empresas de segurança privada. A corporação é a responsável pela emissão do registro profissional dos vigilantes, e havia realizado em agosto uma fiscalização na companhia contratada pelo Carrefour.

De acordo com a própria PF, foram constadas ontem duas possíveis irregularidades na revisão dos documentos da empresa: um dos vigilantes não tinha o registro vinculado à companhia, e outro sequer constava no banco de dados da polícia. O MPF deu dez dias para que os envolvidos no caso apresentem os seus argumentos.

Isso inclui o Grupo Vector, empresa de segurança que atuava no Carrefour, intimado a revelar as condições de contratação dos funcionários acusados de assassinarem João Alberto; o próprio hipermercado, que terá de explicar os critérios usados na escolha da terceirizada; e a Polícia Federal, que terá de responder sobre as ações de fiscalização.


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