MPRS denuncia 13 integrantes de uma facção criminosa atuante no Rio Grande do Sul

MPRS denuncia 13 integrantes de uma facção criminosa atuante no Rio Grande do Sul

Célula do grupo criminoso praticava a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas

Correio do Povo

Operação Magna Ópera foi desencadeada em maio passado pela Polícia Civil com apoio do MPRS

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio do Núcleo de Combate à Lavagem de Dinheiro do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apresentou duas denúncias contra 13 integrantes de uma célula de uma organização criminosa que realizava a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Um dos denunciados é o líder. As denúncias, assinadas pelo promotor de Justiça Diego Rosito de Vilas, foram apresentadas à 17ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca de Porto Alegre. O inquérito foi desmembrado em dois, agrupando no primeiro os denunciados que têm prisão preventiva decretada com o objetivo de dar mais celeridade aos processos.

A investigação havia sido realizada pela Polícia Civil, através das Delegacias de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos e do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico, junto com Gaeco do MPRS.

Houve então o desencadeamentp da operação Magna Ópera em maio deste ano. Naquela ação cerca de R$ 16,1 milhões em bens como imóveis e veículos, foram indisponibilizados, além de dez prisões. Uma fazenda no Mato Grosso foi um dos bens adquiridos. A propriedade fica próxima à região da Bolívia, com uma área de 140 mil hectares, com pista de pouso no meio da mata fechada, avaliada em R$ 42 milhões. 

As denúncias do MPRS tiveram foco na liderança desta célula da facção criminosa, sendo que o líder adquiriu diversos imóveis e veículos. Apesar de não movimentar valores em contas bancárias próprias, ele utilizava uma série de pessoas físicas e empresas para registrar os imóveis em seus nomes e também efetuar movimentações financeiras. Os 13 denunciados responderão por integrar e promover organização criminosa e também por 29 atos de lavagem de capitais provenientes de práticas criminosas antecedentes, sobretudo o narcotráfico, além da ocultação de patrimônio.

Divisão de tarefas 

Conforme o MPRS, com a finalidade de obter vantagem econômica, direta ou indiretamente, a célula foi montada com uma hierarquia estabelecida, possuindo uma estrutura ordenada e em rede, caracterizando-se pela divisão de tarefas, facilmente identificada pelo estabelecimento de funções entre seus integrantes, a partir das possibilidades de cada um deles.

Havia, por exemplo, “laranjas” que eram responsáveis por permitirem o registro em seus nomes do patrimônio do líder e de outros integrantes do grupo, distanciando-o de sua origem ilícita, sendo realizadas compra e venda de imóveis e veículos de luxo, muitos blindados, bem como movimentações financeiras. Empresas de fachada também foram criadas para esconder a movimentação de valores na ordem dos milhões de reais. Apenas uma das denunciadas movimentou quase R$ 5 milhões em suas contas bancárias entre 2010 e 2019.


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