Mulher presa por envenenar bolo em Torres contaminou farinha com arsênio, diz Polícia

Mulher presa por envenenar bolo em Torres contaminou farinha com arsênio, diz Polícia

Informação foi divulgada em coletiva nesta segunda-feira

Correio do Povo

Coletiva da Polícia Civil sobre caso de bolo envenenado em Torres

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A farinha do bolo que levou três pessoas à morte, em Torres, estava contaminada com altas doses de veneno. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira, em coletiva da Polícia Civil, um dia após a prisão de uma mulher apontada como suspeita do crime. Ela seria Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli dos Anjos, que fez a sobremesa.

De acordo com o resultado da perícia, a quantidade de arsênio na farinha era de 65 gramas por quilograma, cerca de 2,7 mil vezes maior do que a concentração da substância encontrada no bolo. O químico é a base do veneno arsênico.

Os exames também apontaram a presença da substância em dois sobreviventes e no corpo de uma das vítimas, em quantidades que superavam de 80 a 350 vezes a dose considerada letal. Isso exclui por completo as chances de uma intoxicação alimentar como causa das mortes.

"Foram encontradas concentrações altíssimas de arsênio no bolo e nas amostras de sangue, urina e conteúdo estomacal das pessoas contaminadas. Ou seja, isso exclui completamente qualquer possibilidade de intoxicação alimentar”, afirmou a diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP) Marguet Hoffmann.

A farinha foi encontrado em Arroio do Sal, na semana passada, durante buscas na casa da mulher que fez o doce. Os investigadores agora tentam determinar como e há quanto tempo o item estava ali.

O titular da DP de Torres, Marcos Vinicius Muniz Veloso, ressaltou que desavenças entre Zeli e a nora motivaram o crime. Ele não deu detalhes sobre a questão, mas disse que a briga entre elas teria ocorrido há mais de 20 anos, por causas banais.

"A família tinha uma convivência harmoniosa, mas havia divergências com uma única pessoa, e ela foi presa devido a provas juntadas ao inquérito. São provas robustas, que serão usadas para o indiciamento dela. Não vou entrar em detalhes agora, mas posso dizer que os motivos são desproporcionais para alguém cometer um crime desta natureza”, ponderou o titular da DP de Torres.

Detida por ordem de prisão temporária, a investigada vai responder por triplo homicídio duplamente qualificado e uma tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela está recolhida no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Leia a nota da defesa da investigada

Deise Moura dos Anjos, presa temporariamente por suposto envenenamento no caso do bolo, na cidade litorânea de Torres/RS, vem a público manifestar que possui defesa constituída, representada pelos advogados Manuela Almeida, Vinícius Boniatti e Gabriela S. Souza.

Até o presente momento, 06 de Janeiro, às 07hrs, a defesa prestou atendimento em parlatório à cliente, contudo, não teve acesso integral a investigação em andamento, razão pela qual se manifestará em momento oportuno.

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