Mutirão recolhe pedras no entorno da antiga Ponte do Guaíba

Mutirão recolhe pedras no entorno da antiga Ponte do Guaíba

Ação atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) após novas denúncias de pedras jogadas sobre veículos

Christian Bueller

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Tijolos, blocos de concreto, pedaços consideráveis de vidro. Estes foram apenas alguns dos materiais recolhidos, ontem (segunda-feira), em um mutirão de limpeza nas áreas do entorno da antiga Ponte do Guaíba, em Porto Alegre. A ação atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) após novas denúncias de pedras jogadas sobre veículos que passam pelo local. No início deste mês, pelo menos seis foram atingidos. Em junho do ano passado, uma mulher morreu após um paralelepípedo ser arremessado de forma proposital sobre o automóvel onde estava.

Cerca de 20 pessoas de equipes da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) e do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) participaram do serviço que, somente durante a manhã, recolheu 600 quilos de entulhos, todos soltos ou jogados de cima da ponte, nas proximidades da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes. Os trabalhos incluem, ainda, varrição e capina no trecho para dificultar uma possível tentativa de esconder por parte dos criminosos e devem se seguir durante a semana. Três caminhões, retroescavadeira e roçadeiras auxiliam no mutirão. A primeira etapa abrange a saída da avenida Sertório até avenida Voluntários da Pátria e, na sequência, os serviços se concentram nas cercanias rua João Moreira Maciel.

O secretário municipal de Serviços Urbanos, Marcos Felipi Garcia, explica que o trabalho já estava programado antes dos episódios envolvendo o ataque a veículos. “Estamos atuando para deixar essa área limpa e, assim, evitar que qualquer pessoa tenha acesso a pedras e objetos que possam ser arremessados contra os carros que passam pela via. Além da limpeza de rotina, atendemos a um pedido do MPF, que orientou os órgãos responsáveis pela área que tomassem providências. No caso da Prefeitura de Porto Alegre, as medidas estão sendo tomadas”, afirma.

Nos casos ocorridos este ano, apenas um foi registrado na delegacia de Polícia. Na última quarta-feira, o motorista de um Gol passava pela avenida Castello Branco quando seu veículo foi atingido por uma pedra. O delegado Cristiano Alvarez, diretor da Divisão de Assessoramento Especial do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), afirmou que a Polícia Civil tenta descobrir o autor dos crimes por meio de imagens de videomonitoramento. A motivação pode ainda não se sabe a motivação dos crimes, que ocorreram entre 21h e 23h, se tratam apenas de uma tentativa de danificar os automóveis ou pará-los para um assalto.

Em passeio com o marido pela comemoração do Dia dos Namorados do ano passado, Munike Fernandes Krischke, 45 anos, que era passageira de um Honda WRV, foi ferida gravemente pela pedra que a atingiu dentro do carro. Ela chegou a ser levada pelo marido ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas não resistiu e faleceu. O responsável pelo arremesso ainda não foi encontrado. Além do esposo, a vítima deixou um filho de seis anos.


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