Necropsia de mulher que morreu durante abordagem da BM em Porto Alegre indica aneurisma
Morte de Jane Beatriz da Silva Nunes gerou protestos na Vila Cruzeiro
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O Instituto-Geral de Perícias informou, na noite desta terça-feira, que necropsia de Jane Beatriz da Silva Nunes, 60 anos, identificou como causa da morte o rompimento espontâneo de um aneurisma cerebral. Conforme o órgão, não foi localizado no corpo nenhum sinal de trauma que justificasse o óbito. Inquérito foi instaurado para analisar a ocorrência.
"A perícia foi realizada por Perito Médico-legista com especialização em neurocirurgia", salientou o comunicado. A remoção para o Departamento Médico-Legal do IGP foi solicitada às 16h.
A morte da Jane, durante operação para investigar denúncias contra maus-tratos a menores, gerou protesto na avenida Cruzeiro do Sul. Segundo a BM, a mulher teve um mal súbito durante a abordagem. Familiares afirmam que ela foi empurrada pelos policiais, caiu de uma escada e foi a óbito.
A sobrinha de Jane Beatriz, Tayssa Rodrigues da Silva, afirmou que a ocorrência foi na casa da tia e que a polícia estava no interior da residência quando Jane Beatriz chegou e foi impedida de entrar: “Eles barraram ela no portão, deram um empurrão e ela caiu de uma escada”, relatou. Tayssa disse que a tia não tinha problemas de saúde e que moravam com ela cerca de dez pessoas, entre filhos, netos e bisnetos e que respondia a um processo para proteger um filho. “Ela assumiu para proteger o filho, que é usuário de drogas.”
A sobrinha ainda contou que a polícia não deixou uma vizinha, que é técnica de enfermagem, prestar auxílio à tia, o que teria contribuído para o falecimento.
A Brigada Militar tem outra versão. Segundo o comandante do 1º Batalhão de Polícia de Choque, tenente coronel Cláudio dos Santos Feoli, duas viaturas foram averiguar o chamado recebido por denúncia de maus tratos a menores, que não foi confirmada pelos policiais, quando Jane Beatriz se aproximou para entender a situação e teve um mal súbito. “Oferecemos socorro à senhora, mas os familiares não quiserem e preferiram acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)”, destacou.