Nova ofensiva contra o "golpe dos nudes" é deflagrada pela Polícia Civil no RS

Nova ofensiva contra o "golpe dos nudes" é deflagrada pela Polícia Civil no RS

Houve o cumprimento de 42 ordens judiciais em Esteio, Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Montenegro, Torres, São Borja, Osório, São Leopoldo e Itaqui.

Correio do Povo

Ação já teve ao menos 17 presos

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A Polícia Civil deflagrou uma nova ofensiva contra o chamado “golpe dos nudes”. Ao amanhecer desta terça-feira, a DP de Esteio, sob comando da delegada Luciane Bertoletti, deflagrou a segunda fase da operação X-Con. Houve o cumprimento de 42 mandados de prisão e de busca e apreensão em Esteio, Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Montenegro, Torres, São Borja, Osório, São Leopoldo e Itaqui. Até o momento 17 suspeitos foram presos pelos crimes de extorsão e associação criminosa.

A investigação começou em setembro de 2021, quando foram identificados indivíduos vinculados a detentos ou ex-presidiários, mas associados a pequenos núcleos. A primeira fase da operação X-Con aconteceu naquele mês, sendo cumpridas 113 ordens judiciais na ocasião.

“Essa ação é outra ofensiva de combate aos crimes virtuais que tiveram um aumento expressivo no período de confinamento”, enfatizou a delegada Luciane Bertoletti.

O “golpe do nudes” consiste em um primeiro contato por uma rede social ou pelo aplicativo WhatsApp, onde uma pessoa jovem e bonita instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos intimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime de pedofilia.

Para não denunciar e não levar o fato ao conhecimento de um delegado que acarretaria consequentemente na prisão da vítima, o suposto pai exige depósitos em dinheiro. Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o criminoso continua exigindo dinheiro ao alegar a necessidade de submeter sua filha a tratamento psicológico ou, ainda, exigindo o depósito de valores para reparar prejuízos materiais. Inclusive um dos argumentos era que as falsas vítimas teriam que passar por tratamento de saúde em falsa clínica.

De acordo com a equipe investigativa da DP de Esteio, é bastante comum também a presença de uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta como policial, muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma ocorrência, e que será expedido mandado de prisão contra a vítima. O objetivo é fazer com que ela fique desesperada e faça depositar mais dinheiro aos golpistas.

O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ªDPRM), delegado Mario Souza, destacou que “é uma grande investigação contra o crime organizado, focada na desarticulação de esquemas de golpes virtuais”. Para ele, “chama atenção a criatividade dos criminosos em forjar falsos policiais e delegacias que realizavam golpes até contra vítima no Japão”.


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