Operação contra pornografia infantil prende pelo menos 30 pessoas no país

Operação contra pornografia infantil prende pelo menos 30 pessoas no país

Entre os presos estão pais que abusavam das filhas e compartilhavam as imagens na internet

Correio do Povo

No RS, ação ocorreu em cinco cidades

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A Polícia Federal (PF) já prendeu pelo menos 30 pessoas na segunda fase da Operação Glasnost, que combate a pornografia infantil, em 14 estados do país. No Rio Grande do Sul, cinco pessoas foram presas em flagrante em Porto Alegre, Alvorada, Sapiranga e Viamão.

Deflagrada nesta terça-feira, a ação conta com a participação de 350 policiais federais, em 51 cidades de todas as regiões brasileiras. As equipes cumpriram 72 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão preventiva e dois de condução coercitiva.

Entre os presos há pais que abusavam das filhas, gravavam vídeos e compartilhavam as imagens pela internet. Em um desses casos, a polícia afirmou que o pai abusou da filha dos dois aos oito anos, quando ele levava a criança na casa da avó, em Praia Grande, município de São Paulo. Os abusos só teriam parado quando o homem ficou com medo de que a criança contasse para as amigas.

Em Jundiaí, outro município paulista, um homem foi preso porque andava na rua tentando aliciar crianças e abusou de algumas. Outro caso que chamou a atenção da polícia ocorreu em Bauru, também em São Paulo: um porteiro fotografava e tentava aliciar crianças no condomínio onde trabalhava. Conforme as investigações, ele abusou de algumas e gravou vídeos dos crimes.

Abusadores têm diferentes perfis


A PF afirmou que não é possível traçar um perfil dos abusadores, pois eles têm idades, profissões e rendas muito distintas. A maioria, no entanto, são homens, embora mulheres também tenham sido detidas.

Foram presos homens dos 18 aos 80 anos, de alta e baixa renda. Entre eles estão médicos, professores, estudantes e executivos com altos cargos. Já uma das mulheres detida foi presa junto com o marido. Segundo a polícia, a família praticava atos sexuais com todos os integrantes.

Também há casos em que os detidos já haviam sido presos, alguns deles mais de uma vez. Foram feitas 27 prisões em flagrante e três preventivas. Os detidos devem ser indiciados pelos crimes de compartilhamento, armazenamento ou produção de pornografia infantil e abuso de vulnerável.

Até o momento, 15 vítimas foram identificadas, mas a polícia afirma que segue tentando identificar crianças e abusadores que aparecem nos vídeos investigados. Entre as vítimas estavam crianças de 5 a 9 anos que foram resgatadas dos locais de abuso.

Site russo baseou investigação

A PF também informou que a investigação teve como base o monitoramento de um site russo de pornografia infantil que está na internet aberta — muitos desses domínios ficam armazenados na deep web (onde ficam conteúdos que não são indexados pelos mecanismos de busca padrão). O site investigado era utilizado como uma espécie de "ponto de encontro" mundial dos abusadores e resultou na identificação de centenas de usuários brasileiros e estrangeiros.

A primeira fase da Operação Glasnost foi realizada em 2013 e prendeu 30 pessoas. Juntas, as fases representam a maior operação realizada contra pornografia infantil no país. O nome da operação é uma referência ao termo russo que significa transparência. A palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de crianças e adolescentes na internet e para realizar contatos com outros abusadores ao redor do mundo.

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