Organização criminosa usava agronegócio como fachada para o tráfico de drogas no RS

Organização criminosa usava agronegócio como fachada para o tráfico de drogas no RS

Alvo da Polícia Federal, grupo mantinha rota de cocaína o território gaúcho e Mato Grosso do Sul

Correio do Povo

Houve cumprimento de 37 ordens judiciais e apreensão de 122 bens dos investigados

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A Polícia Federal desencadeou na manhã desta terça-feira a operação Geminus com o objetivo de desarticular uma organização criminosa dedicada ao transporte de cocaína do Mato Grosso do Sul para o Rio Grande do Sul. Houve o cumprimento de 11 mandados de prisão preventiva e outros 29 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Capão da Canoa, Taquara, Parobé e Viamão, no Rio Grande do Sul; em Dourados, Maracaju, Deodápolis e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul; em Florianópolis, Camboriú e Itajaí, em Santa Catarina.

Os agentes executaram ainda ordens judiciais para o sequestro de 52 imóveis e de 70 veículos, entre automóveis, motos aquáticas, caminhões, carretas e tratores, além do bloqueio de valores em contas bancárias de 33 pessoas físicas e jurídicas envolvidas. Os bens sequestrados estão estimados em cerca de R$ 50 milhões.

A investigação da Polícia Federal de Porto Alegre apurou que a organização criminosa, comandada por um núcleo familiar estabelecido em Viamão e Deodápolis, utilizava o agronegócio e outras atividades econômicas formais como fachada para ocultar os valores obtidos com o tráfico internacional de drogas, principalmente de cocaína.

O grupo transportava a droga oculta em caminhões, a partir da fronteira do Mato Grosso do Sul, para uma propriedade rural em Viamão, de onde era distribuída para traficantes locais principalmente da Região Metropolitana de Porto Alegre e Vale do Rio dos Sinos.

O trabalho investigativo começou em agosto de 2019. Os policiais federais apuraram uma movimentação em torno de cinco toneladas de cocaína em apenas um ano. Os valores obtidos com o tráfico de drogas eram inseridos na economia formal através de simulação de prestação de serviço de transporte, declaração de produção de grãos inexistente, atividade pecuária na região de Deodápolis, bem como empresa de locação de máquinas e equipamentos para a construção e outras aquisições de bens móveis e imóveis em nome de terceiros. 

A delegada Aletea Vega Marona Kunde apontou a existência de “um banco paralelo, de um sistema de compensações fora do mercado financeiro oficial para transitar os recursos dos narcotraficantes”.

A operação foi denominada Geminus devido ao fato de dois integrantes do alto escalão da organização de narcotráfico serem irmãos gêmeos idênticos, sendo que um deles gerenciava os negócios ilícitos no Rio Grande do Sul e o outro no Mato Grosso do Sul. Os crimes investigados são de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Foto: PF / Divulgação / CP


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