Pai é preso por estupro das filhas em Canoas

Pai é preso por estupro das filhas em Canoas

Agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) cumpriram ordem judicial no bairro Estância Velha

Correio do Povo

Pedido de socorro e cenas do abuso estavam no caderno de uma das crianças

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A Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira um pai que estuprava as filhas pequenas no bairro Estância Velha, em Canoas, e foi descoberto graças aos desenhos de uma das vítimas em um caderno. O homem, de 28 anos, foi detido pelos agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas, sob comando do delegado Pablo Rocha, durante cumprimento de mandado judicial de prisão preventiva.

As vítimas, de seis e oito anos de idade, vinham sendo abusadas e constantemente ameaçadas pelo próprio pai. Ele dizia às meninas que se elas contassem sobre os abusos, ele continuaria as machucando. Em certa ocasião, o investigado chegou a enforcar a filha mais nova e a ameaçou de morte, acrescentando que poderia ter continuado caso quisesse.

A avó materna das vítimas presenteou as netas com um caderno e passou a notar desenhos com cunho precocemente sexual. Conversando com a mãe das meninas, ambas notaram que o comportamento de ambas havia mudado, estando agressivas, irritadas e muito chorosas.

Orientada a levar as filhas a atendimento, foi descoberto, através dos desenhos, que as vítimas vinham sofrendo abusos sexuais do próprio pai, sendo ameaçadas e agredidas como forma de coagir a manter os fatos em segredo.

Registrada a ocorrência, a DPCA de Canoas começou a investigação e confirmou o estupro de vulnerável através dos depoimentos especiais. A vítima de seis anos confidenciou que em um dos episódios de abusos, ouviu a irmã mais velha chorando e pedindo ao investigado que parasse com aquilo, implorando, mas que mesmo assim o pai seguiu com os cruéis atos contra a irmã.

Ofertada representação pela Polícia Civil e decretada a prisão pelo Poder Judiciário, a prisão foi imediatamente cumprida visando preservar a integridade física e psíquica das vítimas.

O delegado Pablo Rocha observou que a forma pictórica de expressão, por desenhos, é muito expressiva nas crianças, revelando claramente fatos que conscientemente ela talvez não conseguisse expressar. “A criança, ao desenhar, se expressa de forma livre e sem receios, pois julga estar sozinha, desvigiada, em seu mundo lúdico, sem a pressão e o controle de adultos. É o desenho, portanto, forma importante de manifestação do pensamento infantil, que deve obrigatoriamente ser objeto de grande atenção por parte dos pais, avós e cuidadores. No caso, os desenhos foram cruciais para a descoberta dos abusos e estupros sofridos pelas duas irmãs”, ressaltou.

Já o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana ( 2ª DPRM), delegado Mario Souza, afirmou que a repressão contra esse tipo de delito “não pode esperar e que cada dia que se perde é um dia a mais de riscos e sofrimentos para as crianças”. Ele enfatizou neste sentido “todo o esforço e a prioridade dada a esses casos pela 2ª DPRM”.


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