Pai de Ronei Faleiro Júnior quer julgamento dos assassinos do filho

Pai de Ronei Faleiro Júnior quer julgamento dos assassinos do filho

Segundo ele, todos nove réus estão soltos e impunes pelo crime ocorrido em 1º de agosto de 2015, em Charqueadas

Correio do Povo

Câmera de monitoramento registrou crime

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Uma ferida que nunca cicatriza. É assim que Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro define a falta de punição para os assassinos do filho Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, 17 anos, morto ao amanhecer de 1º de agosto de 2015, em Charqueadas, na Região Carbonífera. Após saber que todos os envolvidos estão soltos, ele quer se reunir com o Ministério Público do Rio Grande do Sul e o Poder Judiciário.

Os nove réus adultos ainda não foram sequer julgados. O júri popular, marcado inicialmente para novembro de 2019, foi cindido em três julgamentos diferentes, mas acabaram não sendo levados adiante. Houve até anulação de julgamento e dissolução do Conselho de Sentença por duas vezes, entre outros problemas.

“É uma sensação de impunidade e de não ver o desfecho, uma previsão, uma data….”, desabafou o pai. “Eles podem ter sido indiciados, mas condenados não são….Estão sem antecedentes, são ficha limpa..”, afirmou Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro nesta terça-feira. “Estão de volta na comunidade”, lamentou.

Já outros sete menores de idade na época, participantes do crime, cumpriram em torno de dois anos de pena e também já foram libertados. “Esta sensação para a família é péssima e contra isso temos lutado...Esperamos que o Poder Judiciário dê uma resposta….”, declarou o pai.

“A sociedade precisa de uma resposta..até agora não se tem”, frisou. “Nem tem perspectiva...Talvez eu nem veja isso, mas da minha parte eu não aceito e vou até a última instância para que se defina isso”, desabafou.

O adolescente foi morto com socos, chutes e garrafadas na saída de uma festa em um clube para arrecadar fundos para a formatura do ensino médio. O próprio pai da vítima também foi atacado e ficou ferido, juntamente com um casal de amigos do filho. “Foi um crime com muita violência”, lembrou Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro.

Uma câmera de monitoramento registrou de longe a ocorrência. Depois do ataque, os suspeitos festejaram as agressões por meio de conversas pelo WhatsApp. Eles narraram os detalhes das garrafadas, estocadas com cacos de vidros, pontapés, socos e voadoras desferidas contra as vítimas.

O crime chocou a cidade pelo fato da vítima ser muito conhecida e sobretudo pelo alto grau de violência com que o bando atacou o adolescente e seu pai. O alvo não era a vítima, mas um amigo, residente em São Jerônimo e que estava com a namorada. Esse amigo havia pedido uma carona no veículo do pai do adolescente, sendo todos então cercados e atacados.


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