Perfil da tropa no 1º Censo da Brigada Militar revela 84% de homens e 80,1% de brancos
Estudo aponta que 56,2% já entraram em confrontos e 46,5% ficaram feridos em ocorrências
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A Brigada Militar divulgou 1º Censo da BM, inédito entre as forças policiais militares do país, que foi realizado com o objetivo de conhecer o perfil da tropa composta por quase 18 mil integrantes. A pesquisa apontou que 84% da tropa é composta por homens e 16% de mulheres. Um total de 80,1% dos brigadianos e brigadianas se autodeclararam brancos, enquanto 19,7% disseram ser negros ou pardos. O restante, de 0,2%, foi dividido entre amarelo e indígena. Em relação às origens, o estudo apontou que 5% são naturais de outros estados, representando cerca de 900 pessoas.
A grande maioria, 74,6%, está satisfeita com a jornada de trabalho e 54¨% com o salário recebido. No entanto, um total de 77% expressaram-se como insatisfeitos ou muito insatisfeitos quanto ao plano de carreira atual. Mesmo assim, o índice de reconhecimento da corporação mantém-se alto, com 63% afirmando se sentirem valorizados.
O estudo também revelou ainda que 67% da tropa possui menos de 15 anos de serviço e que 77% pretendem seguir atuando futuramente na Brigada Militar. Um total de 38,4% afirmou ter sofrido agressão física ou psicológica durante o serviço ou na folga. Já 54,8% também relataram que foram vítimas de ameaças, enquanto realizavam funções militares ou no período de descanso. Mais da metade da tropa, 56,2%,já se envolveu em confronto armado, mas somente 46,5% ficaram feridos durante o atendimento de alguma ocorrência.
O comando da Brigada Militar avaliou como “extremamente importante e com resultados satisfatórios” os dados quantitativos do 1º Censo. Com os dados obtidos, a corporação pretende “fomentar e induzir políticas públicas e assistenciais para melhoria das condições de trabalho, qualidade de vida e valorização profissional”. Ao todo, 17.952 policiais militares participaram da pesquisa, o que corresponde a 100% do contingente. A pesquisa, realizada entre os dias 1º de setembro e 23 de outubro, seguiu metodologia semelhante à do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Rodrigo Mohr Picon, enfatizou o trabalho realizado e considerou-o como fundamental. “Ninguém pode se denominar comandante se não conhece a sua tropa, se não sabe de suas necessidades, se não dialoga. O 1º Censo da Brigada Militar foi justamente o meio encontrado para conhecer os quase 18 mil servidores sob meu comando. Esse trabalho nos indica quais os caminhos que devemos tomar para oferecer o melhor para esses homens e mulheres que diariamente arriscam suas vidas na proteção da sociedade gaúcha”, destacou.
“O 1º Censo da Brigada Militar surge da imperiosa demanda de termos dados confiáveis sobre os recursos humanos, muito além dos números. Ultrapassa as questões quantitativas e abarca informações familiares, socioeconômicas, de vitimização, vulnerabilidade e, sobretudo, das necessidades da tropa”, ressaltou o diretor administrativo interino e responsável pelo desenvolvimento do projeto, tenente-coronel Márcio de Azevedo Gonçalves. O próximo passo poderá ser um Censo da Reserva Remunerada da BM.
