PF faz operação contra desvios de recursos públicos na saúde

PF faz operação contra desvios de recursos públicos na saúde

São investigados os crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro

Correio do Povo, AE e R7

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A Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República deflagaram, na manhã desta quarta-feira, a operação Pleumon, com objetivo de desarticular organização criminosa responsável por desvio de recursos públicos destinados a saúde e ao combate a pandemia da Covid-19. A ação investiga indícios de crimes na aquisição emergencial de 200 respiradores pulmonares pelo governo do Estado de Santa Catarina junto a uma empresa particular, no valor de R$ 33 milhões. 

As ações de hoje contam com a participação de 30 policiais federais e o cumprimento de cinco mandados de busca em Santa Catarina. São investigados os crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Pela manhã, agentes estiveram na Casa D'Agronômica, residência oficial do governador Carlos Moisés da Silva (PSL). 

Além disso, os investigadores apuram se houve lavagem de dinheiro decorrente da prática do crime antecedente contra a administração pública, mediante ocultação e distanciamento da origem dos recursos públicos desviados da compra de respiradores, indica o Ministério Público Federal.

“Tais delitos comprometem a higidez e a credibilidade do governo do estado de Santa Catarina e põe em risco a saúde e a vida de toda a população catarinense, acometida dos males decorrentes do covid-19. Além do mais, não se está a tratar de caso relacionado a criminalidade corriqueira, mas sim de fatos praticados em contexto de suposta criminalidade organizada, sofisticada e estruturada com os mais altos aparatos de poder, contando com a articulação de agentes com poder econômico, elevado conhecimento jurídico, forte influência política e, inclusive, a autoridade máxima do Poder Executivo catarinense”, conclui.

A investigação sobre a compra dos 200 respiradores está em Brasília. O contrato sob suspeita movimentou R$ 33 milhões, na compra feita junto à empresa Veigamed. Em maio deste ano, o prosseguimento das investigações na operação O2 possibilitaram a descoberta de novos elementos de prova, que vieram a fundamentar a representação por medidas cautelares junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Impeachment

Além do desgaste pelas acusações de desvios na pandemia, Carlos Moisés sofre com outra crise interna, que poder tirá-lo do cargo de governador. No último dia 15, a comissão da Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou  por unanimidade, relatório que recomenda a instauração do processo de impeachment do governador e da vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido), por crime de responsabilidade.

Segundo denúncia, eles são acusados de conceder aumento aos procuradores do Estado por meio de um procedimento administrativo sigiloso e ilegal, sem autorização legislativa. A investigação que levou à operação da PF e MPF desta quarta também motivou a abertura de um segundo processo de impeachment contra Carlos Moisés e sua vice.


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