PF realiza Operação Enterprise de combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas

PF realiza Operação Enterprise de combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas

Ação conjunta entre Receita Federal e a Polícia Federal foi realizada nesta segunda-feira 


Cláudio Isaías

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A Operação Enterprise, uma ação conjunta entre a Receita Federal e a Polícia Federal, foi realizada nesta segunda-feira para desarticular uma organização criminosa voltada à prática do crime de tráfico de drogas em âmbito internacional e diversos outros crimes, como lavagem de dinheiro e remessa ilegal de divisas para o exterior.

Foram cumpridos 153 mandados de busca e apreensão, sendo 145 no Brasil, em dez estados (Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul , Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo) e no exterior, (Espanha, Colômbia, Portugal e Emirados Árabes Unidos). Também foram cumpridos 65 mandados de prisão. Além disso, foram concedidos 37 pedidos de arresto (mandados de apreensão) de aeronaves.

As investigações iniciaram a partir de uma apreensão realizada em setembro de 2017 por servidores da Receita Federal, que impediram o embarque de 776 quilos de cocaína que estavam sendo exportados pelo Porto de Paranaguá, no Paraná, com destino ao Porto de Antuérpia, na Bélgica.

Com as informações levantadas pela Receita Federal, a Polícia Federal instaurou um inquérito policial e os dois órgãos públicos atuaram em conjunto nas investigações que resultou na descoberta de uma organização criminosa, que atuava na exportação de entorpecentes a partir de portos brasileiros para diversos destinos no exterior, com predominância para a Europa. 

Durante o período de investigação foram apreendidas perto de 50 toneladas de cocaína ligadas à quadrilha, no Brasil e no exterior. A maior parte das apreensões ocorreu em área portuária, mas houve quantidade significativa de ações em depósitos, estradas, aeronaves e até em embarcações de menor porte, em alto mar.

A organização criminosa atuava também na lavagem de dinheiro, tentando dar aparência legal ao capital ilícito proveniente dos crimes praticados. Para isso, criavam e utilizavam contas de pessoas físicas e jurídicas fictícias sem capacidade financeira, conhecidas popularmente como “laranjas”, para adquirir grande quantidade de bens móveis e imóveis, tais como aeronaves, carros de luxo, apartamentos e fazendas. 

A Receita Federal atuou em conjunto desde o início da investigação, tanto na identificação de cargas suspeitas e apreensões de carregamentos de drogas nos portos, através de seus servidores aduaneiros, quanto na identificação de patrimônio oculto dos investigados e origem dos recursos financeiros ilícitos para a aquisição desses bens patrimoniais, através dos servidores da área de pesquisa e investigação e tributos internos.

 A troca de informações, aliada ao gerenciamento de risco e a utilização de cães farejadores e escâneres, possibilitou à Receita Federal bater recordes históricos na apreensão de drogas nos últimos anos. Em 2019, foram apreendidas 58 toneladas de cocaína, o que representou 40% do total apreendido na última década.


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