PMs caem em golpe de pirâmide aplicado por filho de policial militar

PMs caem em golpe de pirâmide aplicado por filho de policial militar

Caso aconteceu no Distrito Federal. Um deles chegou a investir R$ 77 mil com a promessa de receber lucros de 20% ao mês

R7

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Um grupo de cerca de 25 policiais militares do DF caiu em um suposto golpe de pirâmide financeira. Um deles chegou a investir R$ 77 mil. Outro aplicou R$ 51 mil. Uma das vítimas chegou a passar o carro para o nome do operador do esquema, Pedro Gil Fonseca Duarte. Cerca de 25 pessoas lesadas, além de familiares e amigos, entregaram o dinheiro ao suposto assessor de investimentos, pararam de receber os lucros e, quando pediram, não receberam o valor aplicado de volta.

Um grupo de cerca de 25 policiais militares do DF caiu em um suposto golpe de pirâmide financeira. Um deles chegou a investir R$ 77 mil. Outro aplicou R$ 51 mil. Uma das vítimas chegou a passar o carro para o nome do operador do esquema, Pedro Gil Fonseca Duarte. Cerca de 25 pessoas lesadas, além de familiares e amigos, entregaram o dinheiro ao suposto assessor de investimentos, pararam de receber os lucros e, quando pediram, não receberam o valor aplicado de volta.

Os negócios foram feitos em reuniões dentro do 20º Batalhão de Polícia Militar, na região do Paranoá, no Distrito Federal, em março de 2020. O pai do suspeito, um policial militar da reserva, levou o filho e o apresentou aos colegas de farda como “uma pessoa muito qualificada no mercado financeiro”, segundo os denunciantes. Pedro Gil prometia ganhos de 20% ao mês e devolução do dinheiro investido em seis meses. Ele mantém um escritório de investimentos em Planaltina (DF), o 2P Trader (Pedro Intermediação de Negócios Eireli).

No primeiro mês, os valores foram repassados conforme o prometido. A partir do segundo mês, alguns PMs pararam de receber o dinheiro. “Alguns de nós recebemos dois meses e ganhamos confiança. Depois disso, ele começou a inventar desculpas de que a conta dele tinha sido bloqueada”, disse um dos “investidores”.

Sob pressão dos militares, o suposto assessor de investimentos fez uma reunião com o grupo em junho de 2020 prometendo regularizar os pagamentos e devolver os valores investidos, ainda que parcelados. Na ocasião, o homem criou um grupo de Whatsapp prometendo que ia passar, aos policiais, informações sobre o recebimento dos valores. Ele, entretanto, parou de responder diretamente às mensagens e atender às ligações dos PMs.

“Ele nos falou que ia vender uma fazenda para fazer o pagamento e, até hoje, nada. Depois de novembro do ano passado, não tivemos mais retorno dele”, disse uma das vítimas ao R7.

“Depois disso, ele constituiu advogado. Ele então fez um chamamento do pessoal que tinha pendências. Ele tinha um escritório muito bonito em Planaltina, inclusive. Ele propôs, no meu caso, um acordo de devolução de R$ 55 mil em 5 parcelas de R$ 11 mil, mas não pagou nenhuma das parcelas. O pai dele disse também, no grupo, que não tem dinheiro. Chegamos a fazer empréstimo para fazer investimento e acabamos na mão de uma quadrilha”, disse um PM que também caiu no golpe.

A irmã de Pedro, conhecida como Isabela Fonseca Duarte, também intermediava as conversas. Ela se apresentava como diretora do 2P Trader. Segundo os denunciantes, enquanto o dinheiro deles não é devolvido, ela ostenta um veículo de luxo pelas ruas da capital federal – uma Mercedes C180, que custa a partir de R$ 237.900.

“O pai também tem grande participação nisso, pois apresentou o filho como alguém probo. Ele continua aplicando o golpe. Teve gente que chegou a investir R$ 300 mil”, diz um dos policiais.

Policiais enganados

Os policiais disseram que acreditaram se tratar de investimento regular, e não de pirâmide financeira. Um deles relatou à Polícia Civil que “após uma análise superficial e de acordo com os espelhos de operações diárias do Sr. Pedro Gil, avaliou que aparentemente não se tratava de pirâmide, e que pelo que o envolvido relatava, tinha médias de ganhos diários onde o valor de juros a serem pagos não se tornava tão exorbitante”.

“Eu trabalho com isso todos os dias e caí em um crime de estelionato”, lamentou um dos PMs que caiu no golpe. O PM disse ainda que “aplicou os valores devido ao sr. Pedro Gil ser filho de um policial militar do DF, ter escritório fixo, e transparecer sobre as operações (ganhos e perdas), além de toda a sua equipe ter “investido” também”.

Procurados pelo R7 em três números de telefone, Pedro Gil e o 2P Trader não atenderam às ligações.

O R7 também entrou em contato com a PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal), mas a corporação não se manifestou até a publicação desta reportagem.

A Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes da Polícia Civil investiga o caso.

Caso do PM agiota

Recentemente, outro crime no meio militar foi descoberto no Distrito Federal. Suspeito de agiotagem, ameaça e lavagem de dinheiro, o sargento da Polícia Militar do Distrito Federal Ronie Peter Fernandes da Silva, pode ser expulso da corporação.

Ronie, o irmão dele, Thiago Fernandes da Silva, o pai dos dois, Djair Baía da Silva, e mais três pessoas foram presas pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF/Corpatri) da Polícia Civil do DF durante a operação S.O.S. Malibu. Segundo as vítimas, o policial se valia da farda para ameaçar devedores, dizendo até que arrancaria o olho de quem não conseguia pagar os empréstimos.


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