Polícia apreende R$ 6,7 milhões em bens de quadrilha "familiar"

Polícia apreende R$ 6,7 milhões em bens de quadrilha "familiar"

Grupo criminoso, passado de pai para filho, atuava com jogos de azar em Taquara, Tramandaí e Canoas

Correio do Povo

Durante os mandados de busca e apreensão foram localizados R$ 77 mil em dinheiro

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Cerca de R$ 6,7 milhões em patrimônio foram apreendidos pela Polícia Civil na operação Cruz de Malta cuja fase mais ofensiva desencadeou-se nesta terça-feira para desmantelar uma organização criminosa envolvida há mais de seis décadas com jogos de azar e sediada em Taquara.

As investigações foram conduzidas por mais de seis meses pela Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro (DRLD) do Departamento Estadual de Investigações Criminais, sob comando do delegado Marcus Vinicius da Silva Viafore. Em torno de 85 agentes em 30 viaturas cumpriram 20 mandados de busca e apreensão em Taquara, Canoas e Tramandaí, além de 25 medidas constritivas de sequestro e indisponibilidade de bens móveis e imóveis.

Dez veículos avaliados em R$ 695 mil e duas embarcações no valor de R$ 105 mil foram sequestrados. Já 11 imóveis, calculados em torno de R$ 5,870 milhões, foram bloqueados. Um revólver calibre 38, munição, caça-níqueis, documentos e duas lanchas aquáticas, bem como R$ 77 mil em dinheiro, foram recolhidos. Houve uma prisão.

Segundo o delegado Marcus Vinicius da Silva Viafore, a operação Cvruz de Malta visa combater os crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa, liderada por uma família, que atuava na exploração de jogos de azar, como máquinas caça-níqueis e jogo do bicho. “O pai passou o comando para os filhos. Era um negócio familiar”, observou.

A maioria dos 25 investigados ostentava poder aquisitivo e bens de luxo, totalmente incompatível com os rendimentos declarados. O trabalho investigativo apurou que os líderes utilizavam empresas de fachada, como empresa imobiliária e depois de marketing, para maquiar a entrada de valores advindos de delitos e dar licitude aos valores obtidos com a jogatina. Os policiais civis conseguiram o bloqueio de 15 contas bancárias, em nome de “laranjas”, que serviam para a movimentação financeira. Em uma delas havia cerca de R$ 200 mil depositados. “A ideia sempre é ocultar a origem do dinheiro ilícito”, lembrou. A jogatina ocorria em bares, tabacarias e até lotéricas. “Rendia muito dinheiro”, enfatizou.


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