Polícia Civil de Passo Fundo investiga facção que tinha caminhoneiros como clientes de cocaína

Polícia Civil de Passo Fundo investiga facção que tinha caminhoneiros como clientes de cocaína

Terceira fase da operação Fim de Linha foi desencadeada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco)

Correio do Povo

Houve 17 prisões e apreensão de armas, munições, dinheiro e outros materiais

publicidade

A terceira fase da operação Fim de Linha foi desencadeada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira em Passo Fundo e Soledade. Os agentes cumpriram 24 mandados de busca e apreensão e 12 prisões preventivas, além do bloqueio judicial de 20 contas bancárias. A ação teve apoio do efetivo do 3º Batalhão de Polícia de Choque (3º BPChq) da Brigada Militar, totalizando 120 policiais mobilizados.

Houve 17 prisões, sendo dez preventivas, seis em flagrante e um foragido. Duas pistolas, dois revólveres, uma espingarda, cerca de 30 munições, seis veículos, três motos, porções de maconha e cocaína, cigarros paraguaios e R$ 20 mil reais em dinheiro foram recolhidos. 

A investigação está sendo conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, chefiada pelo delegado Diogo Ferreira. O alvo é uma facção criminosa envolvida com o tráfico de drogas, comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro. 

O trabalho investigativo apurou que um grande número de caminhoneiros como usuários de cocaína de diversas localidades e até de outros estados. “Os motoristas sempre que passavam por Passo Fundo entravam em contato com a liderança do segundo escalão pedindo uma média de cinco gramas de cocaína”, frisou o titular da Draco.

“As tele entregas ocorriam nas rodovias e postos que circundam a cidade, conforme a rota de passagem dos motoristas. Foi observado que esse nicho de mercado foi conquistado por este chefe no boca a boca entre os próprios caminhoneiros”, assinalou.

As fases I e II da operação Fim da Linha totalizaram 35 prisões, sendo 31 preventivas e quatro em flagrantes, além de quase um milhão de reais em valores apreendidos e bloqueados. As etapas anteriores desmantelaram criminosos ligados a um facção que atuavam no comércio e distribuição de drogas, com múltiplas subdivisões em diversas cidades gaúchas. O comando vinha de apenados recolhidos no sistema prisional.

“Os novos elementos informativos e provas coletadas nas intensas investigações das fases anteriores evidenciaram contatos de um dos traficantes presos do primeiro escalão que comprava drogas do principal narcotraficante de Passo Fundo. De forma ardilosa também adquiria de terceiros para se isentar do custo mais elevado da facção, criando assim um grupo do segundo escalão emancipado, ligados aos narcotraficantes do chamado primeiro escalão”, explicou o delegado delegado Diogo Ferreira.

“Essa liderança do segundo escalão tinha o costume de anotar todas transações de armas, munições e drogas em um caderno evidenciando grande poderio bélico e financeiro da organização. Fato demonstrado na análise dos dados telemáticos dos investigados”, observou. “Outra circunstância são as mulheres companheiras desses líderes que participam ativamente das atividades ilícitas intermediando junto a outros traficantes, ainda mais quando os companheiros estão reclusos”, lembrou.

Durante a apuração foi apreendido em junho passado um carregamento de 370 quilos de maconha com um membro do segundo escalão preso em flagrante no bairro César Santos, em Passo Fundo. Em dois dias, a droga seria pulverizada pela facção na região Norte do Estado.

Em outra ação também em junho na cidade, desta vez no bairro São Luís Gonzaga, os policiais civis recolheram 6,5 quilos de cocaína e um revólver de calibre 357. A arma havia sido roubada juntamente com outras de um estabelecimento comercial na cidade em junho de 2021.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895