Polícia Civil investiga atuação de organização criminosa na falsificação e venda de cigarros no RS

Polícia Civil investiga atuação de organização criminosa na falsificação e venda de cigarros no RS

Grupo movimentava cerca de R$ 1,5 milhão reais por semana e tinha dois haras para a criação de cavalos

Corrreio do Povo

Uma carreta carregada de cigarros falsos foi apreendida em Tabaí com apoio da PRF

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Dois haras para a criação de cavalos nos municípios de Caibaté e São Borja estavam sendo utilizados por uma organização criminosa para disfarçar a atividade ilícita de falsificação e venda de cigarros. A descoberta foi realizada pela Polícia Civil após cerca de dois meses de investigação pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Luiz Gonzaga, sob comando do delegado Heleno dos Santos.

A criação de cavalos ocultava inclusive a “movimentação financeira milionária” através da lavagem de dinheiro. A estimava é de que o grupo criminoso, sediado no Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, movimentava cerca de R$ 1,5 milhão reais por semana, causando prejuízos fiscais e sanitários pois não recolhia impostos e fabricava o produto ilegal sem as mínimas condições de higiene.

O trabalho investigativo teve apoio dos setores de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Bridada Militar, Comando Rodoviário da BM e Receita Federal. O delegado Heleno dos Santos observou que os cigarros falsificados são “semelhantes” aos apreendidos pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil em Porto Alegre. Destacando que o produto falso abastecia todo o Rio Gande do Sul, ele disse que serão trocadas agora informações com a Delegacia de Polícia de Proteção ao Consumidor do Deic.

Entre a noite de quinta-feira e manhã desta sexta-feira, como sequência das investigações, os agentes da Draco de São Luiz Gonzaga coordenaram as buscas em haras, galpões, empresas e residências em diversas cidades, como Canoas, Nova Santa Rita, Caibaté, São Borja, Caçapava, Cachoeira do Sul e Sobradinho, entre outras. A ação teve a participação da PRF e da BM. Cinco veículos e documentos foram apreendidos, além de uma carreta carregada de cigarros interceptada na bR 386, em Tabaí.

Houve três prisões, incluindo um foragido do Presídio Estadual de Sarandi desde junho do ano passado. Segundo o delegado Heleno dos Santos, o fugitivo atuava como uma espécie de “gerente gaúcho” da organização criminosa.

Documentos adulterados em nome de um catarinense foram recolhidos com o fugitivo e teriam sido produzidos com ajuda de alguém junto ao Detran-SC. O titular da Draco de São Luiz Gonzaga constatou ainda que a adulteração foi tão bem feita que, na consulta ao banco de dados da segurança pública, a fotografia do foragido aparecia como sendo a do verdadeiro titular dos documentos.


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